Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Contra margens apertadas, cervejarias avisaram governos que preços sofrerão alta
Setor tem peso no cálculo da inflação medida pelo IPCA; mais da metade dos aumentos de custos de produção não foram repassados
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A indústria cervejeira, liderada por Ambev e Heineken, já avisou aos diversos estados que hoje pensam em elevar impostos do setor para reforçar o caixa, que não consegue mais segurar o preço da bebida.
Representados pelo Sindicerv, os fabricantes do mercado apresentaram um estudo feito pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostrando que, desde 2019 até o fim de 2022, absorveram 52,8% do aumento dos custos de produção. O repasse aos preços foi, segundo a entidade, de 14%.
O setor tem peso no cálculo da inflação medida pelo IPCA.
Essa política fez reduzir as já apertadas margens de lucro. Para as microcervejarias, o resultado foi pior: nada de retorno.
A entidade afirma que o aumento dos custos se deve à escassez de embalagens, alta nos preços de malte e lúpulo, insumos primordiais da cerveja, ambos importados em grande maioria.
Mesmo assim, a expectativa é fechar este ano com um aumento de 4,5% na produção e consumo da bebida, atingindo o patamar de 16,5 bilhões de litros.
Com Diego Felix
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