Siga a folha

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu juros Banco Central

Moody's culpa compra parcelada por juro alto do rotativo do cartão

Em relatório, serviço para investidor da agência de risco afirma que bancos vão lucrar menos com trava de juro no cartão

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

A Moody's Investor Service, braço da agência de risco, prevê queda de rentabilidade para os bancos com a trava de 100% nos juros cobrados no rotativo do cartão de crédito, que passa a valer a partir desta quarta (3).

Em seu relatório, a Moody's culpa o parcelamento das compras como parte da causa para os juros elevados do rotativo, que chegaram a 450% ao ano. A empresa, no entanto, não explica o que sustenta essa afirmação.

Dados do Banco Central não indicam qualquer relação entre essa modalidade de compra e a inadimplência —fatores que, segundo a Moody's, pressionam pelo aumento dos juros.

Os juros do cartão de crédito no Brasil estão entre os maiores do mundo - Divulgação

"No Brasil, as elevadas taxas de juros cobradas pelos bancos nas operações de cartão de crédito refletem o alto risco do produto bem como algumas idiossincrasias no mercado brasileiro", diz o relatório.

"Diferente de outros países, os consumidores no Brasil podem fazer compras com cartão parcelar e dividir o pagamento em diversas parcelas iguais mensais."

Por decisão do CMN (Conselho Monetário Nacional) do Banco Central, a partir desta quarta, os juros cobrados quando alguém não consegue pagar integralmente a fatura do cartão não podem ultrapassar 100%. Ou seja, a dívida poderá, no máximo, dobrar. Antes, os juros faziam o valor inicial crescer 445% ao ano.

Para a Moody's, é essa redução que impactará o lucro dos bancos, que também tendem a reduzir a emissão de novos cartões.

"A limitação da dívida do cartão é um crédito negativo para a futura rentabilidade dos bancos porque irá restringir o crescimento ou reduzir os juros e taxas das receitas resultantes das operações com cartão de crédito", diz o relatório.

Na lista de instituições afetadas constam Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que concentram 63% desse mercado. Instituições digitais como Nu, SCFI, C6, Pan e Inter também sofrerão com a medida, ainda segundo a Moody´s.

Consultada, a Moody´s informa que o analista Alexandre Albuquerque considera que um dos fatores determinantes das altas taxas de juros no rotativo de cartão de crédito é o seu risco de crédito elevado associado à inadimplência.

"Essa inadimplência muitas vezes está associada ao grande volume de parcelas (compras parceladas sem juros) a serem pagas em faturas no futuro, também relacionada com a falta de planejamento financeiro de indivíduos detentores de cartões", disse Albuquerque via assessoria.

Com Diego Felix

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas