Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Cappelli causa com carro elétrico em Brasília
No comando da ABDI, Ricardo Capppelli pisa fundo na pauta da transição energética e da neoindustrialização
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Adaptado aos novos tempos, o presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Ricardo Cappelli, cancelou o contrato de locação de três sedãs executivos (Toyota Corolla) e mandou trazer de volta os 16 carros elétricos da Renault, fruto de uma parceria com a agência, que foram espalhados por órgãos públicos do país.
Nesta quinta (29), Cappelli causou no trânsito em Brasília (DF), enquanto se deslocava da sede da ABDI para uma reunião no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, na Esplanada com o futurista Twizy.
"Teve um motorista que fez graça, querendo trocar o carro dele pelo meu", disse ao Painel S.A.. "Em outro momento, quando estava parado no sinal, o motorista de um ônibus começou a buzinar e o pessoal ficou acenando."
Segundo Cappelli, a ABDI adquiriu os veículos Zoe e Twizy da Renault, com quem mantém uma parceria.
O Twizy atende bem uma pessoa, embora seja possível transportar um passageiro (bem apertado atrás do motorista). Suas portas abrem para cima e não lateralmente.
"O único problema é saber se ele está ligado ou não, porque não faz barulho", disse. "Precisa também ter um pouco de cuidado com o freio, porque o carro leva um pouco mais de tempo para responder do que os convencionais."
A iniciativa de Cappelli sinaliza engajamento total da agência na pauta da transição energética e da neoindustrialização defendidas pelo ministro Geraldo Alckmin (Mdic).
Apesar dos investimentos nessa tecnologia, Cappelli considera que as montadoras instaladas no Brasil devem avançar com investimentos em veículos híbridos.
"É o interesse do Brasil em jogo", afirmou. "Temos tecnologias de combustíveis alternativos e limpos que precisam ser aproveitados em nosso favor."
Mesmo assim, ele afirma ter espaço para plantas totalmente elétricas no país, como a da chinesa BYD, desde que as montadoras produzam componentes e tecnologia.
"Não dá para ser só uma linha de montagem", disse.
Cappelli, que esteve na linha de frente do governo durante os atos golpistas de janeiro, diz que, agora, a batalha é alinhar os projetos do governo com os da ABDI para que o país avance em inovação de desenvolvimento tecnológico na indústria.
Com Diego Felix
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