Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Comandada por uma mulher, Bolsa de energia mira R$ 150 bilhões
Nova bolsa estreia cadastro de operadores e quer concentrar as negociações do mercado livre, principalmente grandes consumidores
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Geradoras, distribuidoras, instituições financeiras, comercializadoras de energia e grandes consumidores já podem se cadastrar na N5X, a nova bolsa de energia brasileira. As operações de compra e venda começarão efetivamente no segundo trimestre.
Segundo a CEO da N5X, Dri Barbosa, a meta é fazer com que as operações bilaterais do mercado livre —em que os preços não são regulados– sejam realizadas pela nova bolsa.
"Esse mercado tem um potencial de R$ 150 bilhões por ano", disse em entrevista ao Painel S.A..
A N5X tem o L4 Venture Builder, fundo de investimento independente da B3, e a Nodal (subsidiária americana do Grupo EEX, maior bolsa de energia do mundo) como acionistas.
Segundo Barbosa, com o novo modelo de negociação, o preço da energia tende a cair já que, por meio da bolsa, os riscos do negócio são reduzidos.
No entanto, para que esse modelo seja implementado plenamente, a N5X precisará ter sua própria clearing, que faz a custódia dos contratos.
"É como funciona na B3, que compra todas as ações, que ficam sob sua custódia, e realiza as operações de compra e venda, fazendo a salvaguarda de tudo", explica Barbosa.
Segundo a executiva, essa etapa ainda depende de avanços regulatórios, mas considera haver boas perspectivas.
Mas, mesmo sem isso, a concentração das operações bilaterais na nova bolsa permitirá aos operadores terem mais clareza dos preços desses contratos, algo que, hoje, é nebuloso.
"Como são negociações entre partes, ninguém sabe exatamente qual o preço real dessa energia negociada", disse.
Com Diego Felix
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