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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Copa do equilíbrio leva Croácia outra vez acima da seleção brasileira

A questão é entender como fazer o Brasil voltar à elite

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O Brasil perdeu chances demais, a ponto de consagrar Livakovic como o melhor goleiro da Copa do Mundo até as semifinais. Três pênaltis defendidos nas oitavas e mais um nas quartas. De seis mata-matas desde 2018, os croatas não ganharam nenhum no tempo normal e venceram quase todos, só perderam a decisão contra a França.

Para eles, que participaram de uma guerra civil há 30 anos para conseguir a independência, é pátria de chuteiras. É só observar as expressões dos torcedores vestidos de xadrez, vermelho e branco nas arquibancadas.

O técnico da Croácia, Zlatko Dalic, foi inteligente. Mudou o meio-campo e escalou Pasalic, da Atalanta, para dar apoio a Juranovic. Não se tratava só de dobrar a marcação sobre Vinicius Junior. Ele auxiliava na marcação do lado direito da defesa croata, protegia as tabelas de Vinicius com Neymar e abria o corredor para o lateral Juranovic atacar.

Nos primeiros 30 minutos, a Croácia atacou três vezes por aquele lado, criou um cruzamento perigoso e pendurou Danilo com cartão amarelo.

Solucionar o problema seria simples, não fosse Modric. Se Casemiro se deslocasse um pouco para o lado de Danilo, o camisa 10 da Croácia jogaria solto. Casemiro tratou de não desgrudar.

Houve bons momentos da seleção no primeiro tempo, dois chutes de Neymar, outro de Vini, a proteção da zaga funcionou e Alisson não precisou fazer nenhuma defesa.

Mesmo assim, foi sofrido. Pela primeira vez na Copa, o Brasil fechou o primeiro tempo com menos posse de bola do que o rival.

Melhorou no segundo tempo. Chance clara de Neymar em bom passe de Richarlison. Chute em cima de Livakovic. Jogada de Paquetá. Mérito outra vez do goleiro croata. Chances desperdiçadas que a Copa do Mundo não perdoa. Por mais que muita gente não perceba, a Croácia é a atual vice-campeã mundial. Não é simples jogar contra eles.

Croácia mais uma vez chega mais longe do que o Brasil numa Copa do Mundo - Dylan Martinez/Reuters

Também não tem sido fácil para o Brasil medir-se contra europeus em mata-matas. Especialmente com Neymar perdendo quatro oportunidades, como perdeu.

Richarlison e Neymar invertiam papeis. O centroavante deu quatro passes para finalizações. Neymar desperdiçou chances.

Então, Neymar decidiu. Ou melhor, esteve perto de decidir, com um gol de placa, em que só não entrou com bola e tudo porque teve humildade em gol.

Só que veio o erro fatal, o contra-ataque permitido quando faltavam cinco minutos para terminar o tempo extra. Cinco minutos e se entrega um contra-ataque? Orsic, que já tinha destruído o Tottenham de José Mourinho, pelo Dínamo Zagreb, na Liga Europa, deu o passe preciso para Bruno Petkovic finalizar.

O desvio tirou Alisson da jogada.

Neymar não será o melhor jogador da Copa? E daí?

Alisson não será reconhecido como o melhor jogador do mundo? Também não tem importância.

A questão é entender como fazer o Brasil voltar a pertencer à elite, disputar semifinais sem passar vexame. A Copa do equilíbrio, do conhecimento espalhado por todas as seleções, leva a Croácia outra vez acima da seleção brasileira.

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