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Repórter especial em Brasília, está na Folha desde 1998. Foi correspondente em Belo Horizonte e São Luís e editor-adjunto de Poder.

É hora de acordar para o descalabro no Ministério da Educação

Pasta tem que ser tratada como prioridade, não playground de terraplanistas irresponsáveis

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Um ano se passou. É preciso ir direto ao ponto: até quando as pessoas responsáveis deste país e aquelas com voz de comando continuarão a fechar os olhos ou a bater palmas para o circo macabro de terraplanistas desvairados que tomou conta do Ministério da Educação?

Isso não é assunto de véspera de Natal, me desculpe, mas há coisas tão absurdas sendo feitas que não dá para ficar discutindo as uvas-passas.

A educação no Brasil —em situação crítica e com resultados lastimáveis, apesar de alguns avanços— foi dominada neste ano, no plano federal, por uma caravana de alucinados seguidores de um charlatão de filme B, tendo como resultado o que não poderia ser outra coisa. Como bem mostrou o repórter Paulo Saldaña, nesta Folha, caos administrativo, paralisia, baixa aplicação de recursos, falta de rumo, tudo embalado no discurso biruta de que estamos, pelo menos, livrando as criancinhas da ameaça gayzista e comunista. 

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, participa de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara - Pedro Ladeira - 11.dez.19/Folhapress

Aliados aos lunáticos, os espertalhões de sempre aproveitam para ganhar ou ampliar boquinhas com a abertura das portas para o lobby do setor privado. Uma balbúrdia só.

Jair Bolsonaro mantém, ao que parece, a aposta na irresponsabilidade ao classificar de "excelente" a gestão de Abraham Weintraub, que goza atualmente as mais imerecidas férias de que se tem notícia e que se alguma coisa de excelente fez foi estimular vergonha alheia na internet. 

Na transição, em 2018, insinuou-se um surto de bom senso quando foram cogitadas pessoas que, pelo menos, tinham algum conhecimento ou afinidade com o setor. Venceu, porém, a insensatez. Especula-se que Weintraub talvez perca o cargo na volta das férias —seria o segundo a sofrer a degola nesta gestão--, mas apenas para ceder a vaga para médico veterinário Onyx Lorenzoni, que deixaria a Casa Civil.

Tratar a educação como refugo de quem não tem mais o que fazer —governos anteriores também agiram assim— ou como abrigo de napoleões de hospício é brincar com coisa muito séria. É hora de acordar.

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