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Humorista e cartunista, um dos criadores do Casseta & Planeta. É autor de “A Arte de Zoar”.

Uma viagem na máquina do tempo

Esta coluna ia para 1964, mas, por um erro de cálculo, foi parar em 1534

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Saibam todos os leitores desta mui erudita resenha literária: acaba de ser lançada, neste ano de 1534, a obra “Gargântua” ou “A Vida Mui Horripilante do Grande Gargântua, Pai de Pantagruel, Escrita pelo Mestre Alcofribas, Abstrator de Quintessência. Uma Obra Cheia de Pantagruelismos”. O livro é de autoria de François Rabelais, outrossim conhecido como Alcofribas Nasier. Este é o segundo tomo de uma monumental série épica, grotesca e iconoclasta, que narra a saga de uma linhagem de gigantes, saga esta que teve início em 1533 com o volume “Os Horríveis e Apavorantes Feitos e Proezas do Mui Renomado Pantagruel, Rei dos Dipsodos, Filho do Grande Gigante Gargântua”. Tudo leva a crer que, diante da boa receptividade do público, esta série terá prosseguimento, chegando, quiçá, ao terceiro, quarto ou quinto livros. A ver.

O autor desafia a compreensão da crítica e é uma personalidade difícil de ser catalogada, sendo uma mistura de ex-monge, escritor, tradutor e cientista, mais exatamente um médico especialista em dissecação de cadáveres. Mas sua obra literária pode ser definida como um monumento fantástico, uma sátira desvairada e desbocada, tendo como alvo o conservadorismo, a hipocrisia, o puritanismo e a exploração da fé. Em suas páginas, o humor, totalmente livre, muitas vezes sexual e escatológico, vai contra os disparates e absurdos causados pela religião organizada e pelas crendices e superstições que proliferaram recentemente, no obscurantista período medieval. Esperemos que, nos séculos vindouros, nada disso venha a obstruir o desenvolvimento harmonioso do mundo moderno. 
 

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