Jair Bolsonaro voltou ao Brasil sem ter problemas com a alfândega. "Ele voltou sem joias, sem faixa presidencial, sem cartão corporativo, sem cloroquina, sem provas de fraudes, sem visto de permanência nos Estados Unidos, sem minuta golpista e sem emprego. A mala estava vazia e demos sinal verde", explicou um agente de Polícia Federal que pediu para seu nome permanecer sem anos de sigilo. Em seguida, o agente ergueu sua identidade exibindo o nome Alaôr Petrúcio Alberto Ferradurinha.

Sem receber a escolta de Carla Zambelli, sem os áudios de Adriano da Nóbrega e sem comprar chocolates Kopenhagen no free shop, Bolsonaro resolveu declarar o que veio fazer no Brasil. "Tô sem saco, porra. O mundo tá muito chato. Só se fala em ‘arcabouço fiscal’, ‘autonomia do Banco Central’, ‘impasse legislativo’, ‘taxa de juro consignado’. Puta que pariu, troço insuportável, viramos um cartório falante. Passamos um Carnaval sem golden shower? O safado do Lula se vacina em público, diante de nossas crianças! Onde vamos parar?"

Em seguida, ao notar que estava sem uma balinha de menta, Bolsonaro tossiu. Mas recuperou a fala: "Venho liderar a oposição para trazermos os debates que realmente importam para o país". Foi nesse momento que o ex-presidente entregou pen drives contendo uma apresentação com os assuntos realmente importantes que pretende destacar.

Arca Bolsa Chanel - "Denúncia! Tenho provas de que os mesmos artistas comunistas abocanharam um caminhão de dinheiro público para comprar bolsas de luxo. A própria ministra Margareth ficou cantando: 'Eu falei que é Diooooor! Eeeesse é Dior! Esse é Dior! É Prada, Prada, Prada, Prada, Fendi, Hermês'. E pior: sem passar pela alfândega! Canalhas!"

Autonomia do Primeiro Comando da Capital - "Campos Neto é uma cortina de fumaça, porra. Lula quer dar autonomia mesmo é pro PCC invadir o nosso apartamento junto com Guilherme Boulos, George Soros e Pabllo Vittar. E, se a gente der mole, os invasores acabam instalando placas de energia solar na nossa propriedade. Hipócritas!"

Dízimo consignado - Incentivado por sua base de apoio, Bolsonaro pretende apresentar à sociedade a proposta de abater o dízimo direto da folha de pagamento. Nesse caso, uma imensa base de pastores já se comprometeu a adotar um teto de 9%.

No final da tarde, Bolsonaro se emocionou. Mas, ao consultar os bolsos, notou que estava sem lenço e sem documento.