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Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

Vapo!

Na ótima companhia dos bilhões que assistiram a Flamengo e River Plate

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Eu deveria ter feito como o torcedor catarinense José Maurício dos Anjos, que criou um site chamado Manto na Pele e tatuou em seu corpo uma camisa do Flamengo, o que lhe permitirá, pelo resto da vida, dormir e acordar vestido com o manto sagrado. José Maurício veio ao Rio e acrescentou o autógrafo de Zico em pessoa, logo depois aplicado à “camisa”. Tudo isso antes da vitória sobre o River Plate e da conquista do bi da Libertadores, no sábado. O que o Flamengo lhe dera até então já era suficiente para ele fazer de seu corpo um outdoor de seu clube do coração.

Eu poderia ter tido o destino do mato-grossense Valdecir Rosa de Farias, 41 anos, motorista de caminhão em Cuiabá, que se sentiu mal e morreu quando Gabigol fez o gol da vitória do Flamengo, aos 46 do segundo tempo. “A emoção foi tanta que o coração não aguentou”, disse Jucielly, mulher de Valdecir. E eu próprio, que sou equipado com dois stents e, de vez em quando, tenho que desentupir carótidas, senti uma aceleração suspeita naquele momento. Por sorte, Heloisa, ao meu lado, estava monitorando tudo. E, lá embaixo, na portaria, Gabriel, querido funcionário do prédio, também quase teve um troço e precisou ser abanado pelos colegas.

Eu deveria estar num dos não sei quantos voos que zarparam do Rio para a capital peruana. Ou num dos 200 ônibus que enfrentaram 120 horas de viagem atravessando o estado de São Paulo, a Argentina, as barricadas incendiárias do Chile e os 4.900 metros de altitude da cordilheira dos Andes, até chegar ao estádio Monumental de Lima a tempo de sofrer por 87 minutos e redimir a alma nos três minutos seguintes.

Eu poderia ter feito tudo isso, mas preferi, desta vez, a torcida FlaSofá, na ótima companhia dos 5 bilhões de telespectadores de 156 países que assistiram ao jogo.

E abusei da nova expressão que o Flamengo incorporou à língua: “Vapo!”.

Time do Flamengo ergue a taça e comemora a conquista da Libertadores - Henry Romero/Reuters

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