Siga a folha

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

Descrição de chapéu Futebol Internacional Eurocopa

E este é o fim (será?) da geração belga

Poucas coisas no metaverso do futebol têm tantas vidas quanto ela, promissora, encantadora, modorrenta e enganadora

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Este escriba era um jovenzinho quando Jason e Freddy Krueger aterrorizavam as salas de cinema (sou time Freddy). Em algum momento, começaram a aterrorizar também o meu gosto (apesar de bem benevolente) para as pataquadas permitidas em nome do susto.

Lembrei-me de Jason e Freddy ao ver, mais uma vez, a morte da geração belga. Poucas coisas no metaverso do futebol têm tantas vidas quanto a promissora, encantadora, modorrenta e enganadora geração belga.

Seu fim foi decretado algumas vezes. Mas, de alguma maneira, eles retornam. Parece aquele eterno candidato da eleição que se lança como terceira via, mas vê sempre o pleito decidido pelas duas vias mesmo —e o cidadão da terceira via termina em quarto.

Nesta segunda-feira (1º), a Bélgica viu seu fim (de novo) chegar com um gol contra bisonho. O atacante francês Kolo Muani chutou tão mal que a bola sairia pela lateral. Mas, assim que a pelota saiu de seu pé direito, bateu no pé esquerdo, bateu em seguida também no belga Vertonghen e entrou.

Muani, cara de pau, correu comemorando e batendo no peito —eu também correria. Muani é o mesmo moço que perdeu o gol do título da Copa-2022, na prorrogação, contra a Argentina.

De Bruyne, Carrasco e Lukaku lamentam o gol de Kolo Muani - Reuters

Agora, De Bruyne está com 33 anos; Lukaku, 31; Vertonghen, 37; Witsel, que nem conseguiu jogar, 35; Meunier, também lesionado, 32. Outros membros da tal geração já estavam fora, como Hazard e o goleiro Courtois (que não foi convocado).

Então, fica a pergunta: quem diabos inventou a tal geração belga? Ah, foi porque eles ganharam muito na base… Nada. Nem Europeu sub-17.

A culpa certamente é da imprensa. Provavelmente foi algum jornalista inglês que não conseguia enxergar geração british e foi meter o bedelho nos teens alheios. Os teens cresceram, e continuaram perdendo.

Um querido amigo até questionou: por que não se fala nunca da geração holandesa? A Holanda, de tempos em tempos, aparece com uma turma de ótimos jogadores, mas sem o mesmo espaço dos belgas. Eu diria que é o marketing dos Diabos Vermelhos (não confundir com Manchester United).

O grande saldo da geração belga foi um terceiro lugar na Copa do Mundo de 2018, depois de eliminar o Brasil e perder na semifinal para a... França.

Antes, na Copa de 2014, quando começaram a falar desta geração belga em Copas, eles caíram contra a Argentina, nas quartas de final.

Naquele Mundial realizado no Brasil, este escriba até foi ao Mineirão ver a geração belga contra a Argélia. Venceram por 2 a 1, de virada, em partida bem apertada. Deveria ser um prenúncio do que não viria.

No fim, prefiro a minha geração belga dos anos 1980, com Scifo e Pfaff, o melhor goleiro baixo da história (não me lembro de mais ninguém daquele time, mas me lembro de Jason e Freddy). Terminaram em quarto lugar na Copa de 1986 após derrota para a... França, sempre ela.

Desta vez, acho que podemos cravar o fim da geração belga. Porém, depois de "Gladiador 2", toda sequência é possível.

Round 38, a matança continua

Na semana passada, mal havia terminado a coluna, este escriba foi surpreendido com a degola de Fernando Diniz no Fluminense. Portanto, atualizando a conta, restam 13 sobreviventes entre os 19 professores que iniciaram a Série A —o Cuiabá começou sem treinador e está provando pela tabela que isso também é uma tática admirável. E pela primeira vez os estrangeiros estão na frente: Brasileiros 6 x 7 Estrangeiros.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas