Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Sandro Macedo
Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

No esporte, às vezes é só mentirinha, ou exibição, ou pegadinha

Foi um fim de semana curioso, para dizer o mínimo, no mundo esportivo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Foi um fim de semana curioso, para dizer o mínimo, no mundo esportivo. Começou já com a repercussão das fortes declarações de Ronaldinho Gaúcho. O "pra mim já deu", em relação ao futebol da seleção brasileira.

Muito do que o chamado Bruxo disse tinha cara de verdade e cheiro de verdade, como "Não vou assistir a nenhum jogo da Copa América nem vou comemorar vitória", ou "nosso desempenho tem sido uma das piores coisas que já vi".


Mas também tinha coisa esquisita, como dizer que a seleção tem só "jogadores medianos" e que "não tem líderes de respeito". Declarações pesadas até para o craque Neto, quem dirá para o sossegado Gaúcho. Era para desconfiar.

No dia seguinte, veio a explicação. Era tudo brincadeirinha, pegadinha, só uma açãozinha de marketing de uma marca cujo principal objetivo é combater a sudorese. Ufa, Ronaldinho ama a seleção, que alívio.

Neymar, o pai, deve ter ficado irritado com a ação. "Meu filho, a marca, faria isso pelo mesmo valor e incluiria emojis", deve ter pensado.


E enquanto a CBF dava orientações para jogadores da seleção, como não usar cabelo rosa, a FFF (a CBF francesa) permitia que seus jogadores fizessem manifestações políticas. E Mbappé, vejam só, foi à coletiva para pedir que os jovens votassem para impedir o avanço da extrema direita.

Porém, após a declaração do lateral Yan Couto, agora de cabelo natural, a CBF negou o veto às madeixas cor-de-rosa do lateral. Teria sido pegadinha do Ronaldinho Gaúcho? Ação de marketing da Koleston? Teremos que aguardar a nova entrevista de Couto.

Yan Couto durante partida do Girona - Ander Gillenea/AFP

Depois teve o incrível caso Dudu, o homem que foi sem nunca ter ido. O time de Minas anunciou o atacante encostado no Palmeiras em notícia bombástica. O Palmeiras não negou. E parecia que o negócio estava certo.

Atenção, enquanto este parágrafo está sendo escrito, Dudu pode estar assinando com o Cruzeiro.

Dudu antes de jogo no Brasileiro-2023 - Carla Carniel/Reuters

No entanto, parte de uma torcida organizada procurou Dudu, e ele aparentemente voltou atrás. Este escriba imagina que essa parte da torcida não procurou a outra parte da torcida, que entendia que era um bom negócio se livrar do jogador mais bem pago do elenco que não está jogando e ainda se recupera de contusão. O fato é que Dudu parece que fica… ou não.

Atenção, enquanto este parágrafo está sendo escrito, Dudu já está treinando no CT palmeirense.

Atenção, não dá para dizer mais nada sobre o caso.

Como acontece nas melhores discussões políticas de "A Casa do Dragão", não importa o desfecho dessa história, alguém sairá queimado.

E ainda, no mesmo fim de semana, teve a luta do século de Anderson Silva e Chael Sonnen. Mas era só exibição, apenas não tinham avisado o planeta. O empurra-empurra do gigante Carlos Miguel, goleiro do Corinthians, com os hobbits Calleri e Luciano, do São Paulo, foi mais emocionante que Silva x Sonnen.

Treino aberto de Anderson Silva no Aterro do Flamengo - Wander Roberto/Inovafoto/Divulgação

Aliás, deveriam parar de usar expressões como "luta do século", "última dança", "última dança de Messi" e "bora lá". Este escriba não aguenta mais ouvir nenhuma delas. Messi já teve tanta última dança que pode representar a Argentina no breaking, em Paris.

E ainda teve no fim de semana o melhor meme do Brasileiro, com uma menina obrigada a usar a camisa do Fluminense pelo padrinho, que estava levando a família ao Maracanã. "Você torce para o Fluminense?", perguntou o repórter. "Não", respondeu a menina, com carinha triste. "Qual o seu time?", continuou o jornalista. "Vasco".

No dia seguinte, o Vasco, em bela ação, convidou a menina e a mãe para assistirem ao jogo contra o Cruzeiro com a camisa cruz-maltina. No fim, Fluminense perdeu, Vasco empatou e os dois não jogaram nada. E a pequena Mimi ainda tem tempo de arrumar outro time. Que draga.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.