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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Setor mundial de carne bovina começa a voltar ao normal

China impulsiona mercado com compra de 41% da proteína exportada ao redor do mundo

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A cadeia mundial de carne bovina começa a voltar ao normal. Os Estados Unidos, país líder em exportações, e o que mais mais sofreu os efeitos da Covid-19, já estão com os abates bovinos semanais entre 97% e 98% do que era antes da pandemia.

Os americanos, devido à concentração e ao tamanho dos frigoríficos, tiveram de interromper o abate em várias unidades industriais no segundo trimestre deste ano.

O Brasil, o maior exportador mundial, também foi afetado pela pandemia, mas em proporções bem menores. O país mantém um fluxo intenso de exportação e de elevação interna de preços.

Os dados fazem parte de um relatório que o Rabobank, banco especializado em agronegócio, divulga nesta sexta-feira (4) no Brasil. Os técnicos da instituição financeira avaliam o cenário deste terceiro trimestre.

A China foi a principal responsável por manter esse mercado aquecido durante a pandemia, e está ajudando a recuperação do setor em vários países afetados pela Covid-19.

As importações chinesas de carne bovina somaram 997 mil toneladas no primeiro semestre, 43% mais do que em igual período anterior. O apetite dos chineses fez com que eles ficassem com 41% da carne bovina comercializada ao redor do mundo neste ano.

O Brasil foi um dos países mais favorecidos, uma vez que 38% dá proteína que saiu do país teve a China como destino. No ano passado, eram apenas 24%. Os argentinos forneceram para os chineses 22% da carne exportado, e os australianos, 16%.

Apesar desse início de recuperação, o setor ainda sente o ritmo lento da retomada da alimentação fora do domicílio, o que reduz a demanda, segundo os analista do Rabobank.

Nos Estados Unidos, a produção de carne neste ano ainda é 2% inferior à de 2019, mas os americanos deverão terminar o ano com uma evolução positiva de 1% a 1,5%.

No caso do Brasil, onde a oferta de gado está restrita, a produção de carne poderá cair 2,5%, em relação à de 2019, apesar da forte demanda chinesa pelo produto brasileiro.

Com relação ao mercado interno brasileiro, os analistas acreditam que o consumo vá refletir a deterioração das condições econômicas.

A Austrália, outro importante participante desse mercado, também tem oferta reduzida de animais. Ao contrário do que ocorre no Brasil, porém, as exportações caem, principalmente devido às compras menores da China naquele país.

Na Europa, há uma melhora da demanda, mas a oferta de carne caiu 5% nos cinco primeiros meses do ano. Em alguns países, como ocorreu na Itália, a redução chegou a 16%.

No Canadá, a produção continua em queda, mas em ritmo bem menor do que os 29% de março a maio. Há um estoque de gado à espera de abate.

A Nova Zelândia, após a forte queda de março e abril, tem os abates normalizados.

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