Siga a folha

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Descrição de chapéu inflação juros

Preço externo das commodities deve subir 28%, em dólar, prevê consultoria

Devido à alta dos preços, vendas de fertilizantes devem cair 8% no mercado interno; as importações recuam 16%

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Se os preços internacionais das commodities já estão elevados, pressionando as taxas de inflação pelo mundo, a situação pode ficar ainda pior. As commodities vão ter uma valorização de 28%, em dólar, neste ano.

A estimativa é da consultoria MacroSector, que prevê um bom aumento das receitas no campo, mas os produtores vão ter margens bastante apertadas, devido à alta dos custos.

Esse aumento externo dos preços vem de uma expansão global de 4,3% na economia. Essa evolução das commodities só não será maior devido à aceleração das taxas de juros pelo mundo.

Máquina agrícola deposita grãos de soja no Distrito Federal - Lucio Tavora - 18.fev.22/Xinhua

Os preços sobem mesmo com aumento de produção mundial e elevação dos estoques de vários produtos. A safra de milho deverá subir para 1,2 trilhão de toneladas, com elevação dos estoques para 301 milhões, segundo a consultoria.

Já a soja, devido à quebra de safra no Brasil, terá uma produção mundial de 354 milhões de toneladas, abaixo dos 366 milhões do ano anterior.

A MacroSector estima estoques finais de 90 milhões de toneladas para a oleaginosa nesta safra. Na anterior, o volume era de 102 milhões.

As receitas internas, que vinham em um ritmo intenso, têm evolução menor em 2022. Para a consultoria, as lavouras vão render R$ 1 trilhão, 12% a mais do que em igual período do ano passado.

Já o Ministério da Agricultura prevê um VBP (Valor Bruto da Produção) nacional de R$ 1,27 trilhão. Os dados do governo incluem também a pecuária.

Na avaliação do Ministério, as receitas das lavouras aumentam 7,5%, e as da pecuária recuam 8,5% neste ano.

A redução das margens dos produtores ocorre devido à pressão dos custos, principalmente à dos fertilizantes.

Em março do ano passado, o produtor comprava uma tonelada de adubo com 14,6 sacas de soja. Neste ano, necessita de 23,6. A relação de troca ficou desfavorável também para produtores de milho e de cana.

Já os de café, devido à disparada dos preços da commodity, mantêm uma relação favorável. No ano passado, trocavam 2,6 sacas por uma tonelada de fertilizantes. Neste ano, a relação é de 1,6 saca, nas contas da MacroSector.

O preço médio do petróleo, um outro componente de custos para os agricultores, deverá subir 34% neste ano, em relação ao anterior.

Já os fertilizantes mantêm preços 120% superiores aos de há um ano, como mostram os dados de importação da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Essa alta provocará uma redução no consumo e nas importações.

As vendas internas de adubo vão cair para 42,2 milhões de toneladas, 8% abaixo das de 2021. As importações recuam para 32,9 milhões, com queda de 16%, avalia a consultoria.

O dólar, que traz mais reais nas exportações quando elevado, deverá ficar em R$ 5,10 neste ano. Esse patamar, porém, onera os custos do setor agrícola, que depende de vários insumos do mercado externo.

Segundo a consultoria, o PIB da agropecuária, que teve redução de 0,2% no ano passado, deverá evoluir 1,5% neste ano, acima do 0,5% do PIB geral do país.

Em queda A previsão de uma boa safrinha e de uma recomposição da oferta de milho provocou uma série de quedas do cereal no mercado interno, conforme pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Em queda 2 A saca de milho, que era negociada a R$ 97 na última semana de março, conforme o indicador de preço da Esalq/BM&F/Bovespa, está em R$ 87,6, a menor cotação do ano. A retração acumulada nos últimos 14 pregões é de 10%.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas