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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Com isolamento em casa, mundo consome mais arroz na pandemia

Volume anual consumido por pessoa volta ao patamar de há nove anos

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O consumo mundial de arroz per capita subiu na pandemia e voltou ao patamar de há nove anos. A permanência das pessoas isoladas nas residências elevou o consumo deste cereal para 54 quilos por ano.

O volume do produto destinado ao consumo humano é de 429 milhões de toneladas na safra 2022/23, um patamar recorde. Já o cereal destinado à alimentação animal está em queda.

Os dados são do Amis, um sistema de informações de mercado ligado à FAO, divulgados nesta quinta-feira (7).

Colheita de arroz em Uruçuí (PI) - Luiz Carlos Murauskas -15.abr.05/Folhapress

O órgão mostrou ainda que o volume de milho para a alimentação humana também vem crescendo, atingindo o recorde de 146 milhões de toneladas, 18,40 quilos per capita.

Já o consumo médio de trigo por pessoa se mantém estável, uma vez que o produto está com intensos reajustes nos preços nos últimos anos.

Mesmo assim, o consumo humano continua alto, atingindo 535 milhões de toneladas. Já o cereal destinado à alimentação animal, devido aos pesados custos na composição da ração, recua para 145 milhões nesta safra.

Os estoques de produtos, comparados ao consumo, indicam um aperto, o que vai exigir boas safras pela frente para uma recuperação deles. Na média, esses estoques representam 29,7% do consumo, o menor patamar em dez anos.

Ao avaliar as safras de arroz, milho, soja e trigo, o Amis estima um recuo na produção de trigo, em 2022/23, para 770 milhões de toneladas. A produção de milho cai para 1,19 bilhão; e a de arroz, para 520 milhões. A de soja, no entanto, sobe para 388 milhões de toneladas.

À exceção do arroz, os preços dos alimentos subiram muito nos últimos 12 meses no mercado internacional. A liderança ficou com a alta de 42% do trigo, enquanto milho e soja tiveram reajustes de 26% e de 17%, respectivamente. O preço do arroz caiu 2% no período.

No Brasil, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou nesta quinta-feira a estimativa da safra nacional de grãos de 2021/22.

O volume fica em 272,5 milhões de toneladas, 7% acima do registrado no ano passado, mas abaixo da previsão inicial, que era de pelo menos 290 milhões.

A safra de milho, graças ao aumento da produção na safrinha, se recupera e atingirá o recorde de 116 milhões de toneladas. Já a de soja cai para 124 milhões, 10% abaixo do volume produzido no ano anterior.

O potencial de produção da oleaginosa era de 145 milhões de toneladas, mas as lavouras foram prejudicadas por forte seca.

Recessão Nas últimas semanas, algumas commodities estão com quedas de até 18% nos preços internacionais. Juros elevados, recessão e nova onda de Covid preocupam o setor.

Mudanças Não há grandes alterações na estrutura do cenário do setor, e já se esperava uma tendência de queda para produtos com boas safras.

Limitado A avaliação é dos analistas do Itaú BBA, que acreditam que o espaço para quedas muito relevantes das cotações seja limitado.

Arroz O cereal continua com recuperação de preços nas últimas semanas no Rio Grande do Sul. A saca, que há 15 dias valia R$ 72, esteve nesta quinta-feira a R$ 75,4, segundo o Cepea.

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