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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Preços agrícolas continuam a cair no campo e no varejo

Quedas afetam principalmente os valores de boi, milho e soja

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Os preços dos produtos agrícolas continuam em queda no campo e chegaram aos menores valores nominais desde 2020. Isso tem permitido uma retração no custo dos alimentos na mesa do consumidor.

A saca de milho está sendo negociada a R$ 54,5 na região de Campinas (SP), um recuo de 17% apenas neste mês. No mesmo período do ano passado, as negociações giravam em R$ 87 por saca.

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços atuais são os menores desde agosto de 2020. Em maio de 2021, a saca estava em R$ 102.

Com a queda de preços no campo, as farinhas caem no varejo. Neste ano, conforme dados desta quinta-feira (25) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a farinha de milho acumula queda de 6,5% no ano, e o fubá, de 4%.

A soja também tem os menores preços no campo desde agosto de 2020. A saca está sendo negociada a R$ 128,6 no Paraná, um valor bem inferior aos R$ 188 de há um ano.

A desaceleração da oleaginosa permite uma forte queda no preço do óleo de soja, que acumula retração de 10% neste ano e de 22% nos últimos 12 meses no varejo. Com o aumento das exportações, o óleo de soja havia subido muito nos últimos anos.

Plantação de soja em Taquarussu (MS) - 27.mar.23/Genivaldo Medeiros

O boi também passa por uma forte retração dos preços no pasto. A arroba caiu para R$ 255 no mercado paulista, um recuo de 5% apenas neste mês. O valor atual da arroba, que chegou a R$ 350 em março de 2022, baixou para o menor patamar desde outubro de 2021, um dos períodos do embargo da carne brasileira pela China.

Os preços do boi gordo caem no campo devido à maior oferta de animais para abate e menor interesse dos frigoríficos nas compras. Interfere ainda nesse mercado o final da temporada das chuvas, o que deixará os pastos com menor qualidade para a alimentação do gado.

Os dados desta quinta-feira da Fipe apontam queda também para o varejo. Após o recuo de 0,3% nos últimos 30 dias, o valor médio das carnes bovinas teve retração de 4% para o consumidor neste ano. Entre as principais quedas, estão acém, alcatra e picanha.

As carnes de frango e suína também diminuem no acumulado do ano. A suína, no entanto, devido à recuperação das exportações, voltou a subir neste mês.

Leite e arroz, contudo, ainda pesam no bolso do consumidor. O leite, com a menor oferta no campo, acumula alta de 11% no ano no varejo. O arroz, mesmo com o período de safra recém-terminado, acumula elevação de 4,6% nos supermercados.

Sinais externos Em abril, a produção total de carne vermelha dos Estados Unidos caiu 8%, em relação a igual período de 2022. No ano, a retração é de 2%.

Sinais externos 2 Os abates de bovinos no mês recuaram para 2,54 milhões de cabeças, uma queda de 10% em relação a 2022. Os norte-americanos são concorrentes dos brasileiros no mercado externo.

Sinais externos 3 Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que registrou, ainda, retração de 4% na oferta de carne de porco em abril.

Açúcar A produção mundial de 2023/24 deverá atingir o recorde de 188 milhões de toneladas, conforme estimativas feitas pelo Usda nesta quinta-feira (25). São 10,6 milhões a mais do que na anterior.

Açúcar 2 O órgão norte-americano prevê também um consumo mundial recorde, que poderá atingir 180 milhões de toneladas devido a demandas maiores da Índia e do Paquistão.

Açúcar 3 O comércio mundial será de 72 milhões de toneladas, com participações maiores de Brasil, Índia e Tailândia. Os estoques mundiais, que terminam 2022/23 em 39,5 milhões de toneladas, recuam para 33,45 milhões na safra 2023/24.

Brasil Na avaliação do Usda, a produção brasileira vai a 42 milhões de toneladas, com potencial de exportação de 32,4 milhões. A Índia produz 36 milhões. Em novembro, o órgão do governo norte-americano fará nova avaliação do mercado.

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