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Secretário de Redação da Folha, foi editor de Opinião. É mestre em sociologia pela USP.

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Copa do Mundo

Incidente raríssimo, 7 a 1 não deixou lições a ensinar

Em 1982, Itália e Brasil fizeram jogo espetacular; em 1990, Maradona brilhou; em 2002, time brasileiro teve três supercraques no apogeu

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Em 1982, a Itália fez uma partida magnífica contra o Brasil, que também se apresentou bem. Os italianos poderiam ter feito mais gols além dos três que converteram. Os brasileiros poderiam ter marcado mais que dois. Foi um espetáculo.

Em 1986, uma triangulação que pareceu brincadeira de bobinho entre Müller, Júnior e Careca desnorteou a zaga francesa e terminou num lindo gol. Zico, Sócrates e Platini —os três craques em campo— perderam pênaltis, e essa improbabilidade determinou a classificação da França.

Em 1990, o Brasil só praticou algum futebol no jogo da eliminação. Maradona, num de seus últimos lampejos de genialidade em mundiais, sobrepujou seis marcadores com camisa amarela e deixou Caniggia livre para definir. Depois disso, teria sido um castigo a Argentina perder a vaga.

Em 1994, o Brasil teve muitas dificuldades nos dois jogos com a Suécia e na final contra a Itália. Parreira colocou Viola na prorrogação, quando poderia ter optado pelo jovem Ronaldo. Mas Baggio e Baresi, duas sumidades do futebol italiano, desperdiçaram pênaltis nas cobranças decisivas, e a improbabilidade dessa vez favoreceu a equipe canarinha.

Em 1998, o desempenho brasileiro variava entre a supremacia assoberbante e a submissão entorpecida. Dunga foi um gigante na virada contra a Dinamarca, nas quartas. Na final, a França de Zidane sufocou os brasileiros. Três a zero foi pouco.

Em 2002, apresentou-se a seleção mais completa que vi atuar. Ao mesmo tempo agressiva e equilibrada, contou com três supercraques no apogeu. Rivaldo lembrava Garrincha, na improbabilidade física de que brotavam lances e gols fantásticos.

Em 2006 e 2010, o Brasil não brilhou, embora tenha feito em regra partidas competitivas, incluindo as que resultaram na desclassificação.

Em 2014, um time brasileiro instável e imaturo tomou aquela escovada da Alemanha. Foi um incidente raríssimo. É bobagem tentar tirar lições do 7 a 1. Tamanha improbabilidade não ensina nada a ninguém.

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