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Procuradoria e Polícia Civil investigam mãe que fantasiou filho de escravo em Natal

Menino de nove anos foi pintado com tinta escura e marcas de chicotadas

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Recife

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte e a Polícia Civil abriram procedimento na tarde desta terça-feira (30) para investigar postagem de uma mãe que fantasiou de escravo o filho de 9 anos para festa de Halloween de uma escola particular em Natal.

Após postar fotografias do filho na internet, nesta segunda-feira (29), ela passou a ser acusada de racista. O post original foi apagado. 

A mãe vestiu o filho com uma roupa branca, maquiou com marcas de chicotadas, usou uma tinta para conferir um tom escuro à pele e colocou correntes nos braços e nas pernas.

Na legenda das fotografias, escreveu: “Quando seu filho absorve o personagem! Vamos abrasileirar esse negócio! #escravo”. 

No Twitter, a mulher comentou o caso após a grande repercussão. “Não leiam livros de história do Brasil. Eles dizem que existiu escravidão de negros no país, mas isso é mentira. Não discuta com essa afirmação, pois você estará sendo racista, a pior pessoa, um lixo. Só não entendi ainda se o problema foi a fantasia ou o 17 na foto.”

Em seguida, a mãe, identificada nas redes sociais como Sabrina Flor, postou um pedido de desculpas. 
“Queria somente pedir desculpas pelo fato! Jamais foi minha intenção ofender alguém, estou extremamente arrependida por tudo que aconteceu e me sentindo muito mal com os xingamentos e ameaças horríveis que estão me mandando. Desculpa a todos, do fundo do meu coração! #paz”.

Depois da postagem, alguns usuários da internet chegaram a elogiar a criatividade da mãe. "Você não existe! Muita criatividade", disse uma amiga.

A assessoria de comunicação do Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte afirmou que o procedimento foi aberto pelo órgão por se tratar de um suposto crime cometido na internet. O caso ainda será distribuído e pode gerar uma ação penal.

A Promotoria de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente do Ministério Público Estadual também instaurou um procedimento para acompanhar o caso, que segue em segredo de justiça por envolver uma criança. 

Na Polícia Civil do Ceará, a investigação cabe à Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente. Até o momento, ninguém prestou depoimento.

O crime de racismo, tipificado no Código Penal Brasileiro, é inafiançável e prevê pena de reclusão de um a três anos e multa.

Em nota, o CEI, escola em que a criança estuda, lamentou o ocorrido e disse não compactuar com racismo e preconceito. 

"Lamentavelmente, a escolha do traje para a participação do Halloween feita pela família do aluno tocou numa ferida histórica do nosso país", diz a nota. A instituição de ensino lembra que "amargamos as sequelas do trágico período da escravidão até os dias de hoje." 

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