Boechat era exemplo do que é ser apartidário, diz colunista José Simão
O jornalista morreu após a queda de um helicóptero em São Paulo nesta segunda-feira
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Companheiro do jornalista Ricardo Boechat, 66, no matinal diário da rádio BandNews FM, o colunista da Folha José Simão lamentou a morte do amigo com quem falava todos os dias pela manhã.
Boechat morreu após a queda de um helicóptero em São Paulo nesta segunda-feira (11).
"Há dez anos eu falo todo dia de manhã com o Boechat. Foi uma empatia, uma química instantânea. Porque ele era um carioca da gema, um gozador. É uma dupla muito difícil de ser retomada", afirma Simão.
Os dois se falaram na manhã desta segunda-feira. "Foi esculhambação, que era nosso tema principal. Era um querido, um irmão. Eu estou tentando ainda digerir essa realidade. Foi tudo muito súbito."
O colunista elogia o colega jornalista. "O Boechat era um vulcão. Tinha pensamento próprio, independência, falava o que estava na cabeça. Era um vulcão em erupção, com lava para todo lado. Era o que ele imaginava, o que ele sentia na hora. Se você quiser dizer 'apartidário', ele é um exemplo. Ele era um justo. E muito engraçado, muito."
Boechat trabalhava atualmente no Grupo Bandeirantes de Comunicação, apresentando dois programas diários, o Jornal BandNews, o matinal da BandNews FM, e o Jornal da Band à noite, na TV Bandeirantes. Ele tinha também uma coluna na revista semanal Istoé.
Nesta manhã, o jornalista falou em seu programa no rádio sobre a sucessão de tragédias no país, como Brumadinho, e no ninho do Urubu, no Rio de Janeiro.
Depois, foi para Campinas palestrar a convite de uma farmacêutica, Libbs, em uma convenção de vendas da empresa. No caminho de volta a São Paulo, o helicóptero em que Boechat estava tentou fazer um pouso de emergência, na altura do quilômetro 7 do Rodoanel, sentido Castelo Branco, próximo a um pedágio.
A aeronave acabou atingindo um caminhão na queda e pegou fogo. Além do jornalista, o outro ocupante do helicóptero, o piloto Ronaldo Quattrucci, também morreu no local.
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