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Bolsonaro chama Doria de 'lunático' por vacina; governador sugere a presidente que trabalhe

Presidente alega que estado só não quebrou por ajuda do governo federal

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a investir contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e chamou o tucano de “lunático” por ele ter defendido a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 e por ter encampado um ajuste fiscal que, segundo o mandatário, aumentou tributos no estado.

“[Doria] aumentou ICMS de combustível, criou imposto para o cara que é deficiente e comprou um carro. Aumentou tudo que você pode imaginar. E ainda fala em obrigar a tomar vacina. O que é isso? É coisa de lunático isso aí. Lunático”, declarou Bolsonaro na noite de quarta-feira (28), em conversa com apoiadores registrada por um site bolsonarista.

“É um absurdo obrigar tomar vacina. Porque o cara que toma a vacina, sendo eficaz, está protegendo a sua vida. Quem não quer tomar, o problema é dele. Uma vacina boa o pessoal vai tomar, agora obrigar essa ou aquela começa a gerar interesses outros que prefiro não comentar”, disse o presidente.

Em resposta na manhã desta quinta (29), o governo de São Paulo disse que o presidente deveria ocupar seu tempo trabalhando.

“Recomendo ao presidente Bolsonaro parar de me atacar e começar a trabalhar. O povo não quer briga, quer emprego. O Brasil não quer divisão, quer compaixão. O Brasil não quer um presidente que só pensa em reeleição", declarou em nota pública reproduzida em suas redes sociais.

Em 16 de outubro, Doria afirmou que a vacinação contra o novo coronavírus em São Paulo será obrigatória, exceto para pessoas que apresentem alguma restrição avalizada por um médico.

Além de Bolsonaro ser contrário à vacinação obrigatória, ele e Doria protagonizaram nas últimas semanas uma disputa sobre as pesquisas para o desenvolvimento de um imunizante contra o coronavírus.

O presidente chegou a desautorizar um acordo do Ministério da Saúde com o estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac —desenvolvida por uma farmacêutica chinesa e produzida em covênio com o instituto Butantan. Em resposta, na ocasião, Doria classificou de criminosa a atitude de Bolsonaro caso ele negue o acesso a qualquer vacina aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) contra a Covid-19.

Doria é considerado pelo Palácio do Planalto um potencial adversário nas eleições de 2022, e o tucano e Bolsonaro também já se chocaram nesta semana sobre a reforma administrativa e ajuste fiscal encampados pelo tucano que extingue órgãos públicos e retira isenções do ICMS.

O presidente acusou Doria de estar aumentando impostos no estado, enquanto que o tucano se defendeu e disse que não houve incremento de tributos.

Na conversa com simpatizantes, Bolsonaro voltou ao tema, criticando também as políticas adotadas pelo governo paulista durante a pandemia para restringir o movimento de pessoas nas ruas.

“Agora, imagina se tivesse o Doria presidente [da República], esse da vacina obrigatória. [Ele] fechou tudo em São Paulo. Só não quebrou São Paulo dado ao socorro do governo federal. O auxílio emergencial, [ajuda para] pequenas e micro empresas, rolagem de dívida, compensação de perda de arrecadação de ICMS, socorro aos empresários de hotéis e restaurantes. Graças a isso. [Ele] teria quebrado São Paulo e na pandemia agora ele aumenta impostos no seu estado”, afirmou o presidente.

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