Mortes: Militante da vida, foi pai amoroso e cientista político
Gláucio Soares foi professor e pesquisador no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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O sociólogo, professor e cientista político Gláucio Ary Dillon Soares acreditava na capacidade da razão humana em tornar o mundo um pouco melhor.
Segundo o servidor público federal Andrei Suarez Dillon Soares, seu filho, ele foi um militante pela vida.
Nos anos 1990, foi um dos grandes protagonistas da campanha da paz no trânsito no Distrito Federal.
Ativo nas ações pelo desarmamento, escreveu vários artigos sobre a letalidade de armas. Gerenciava blogs sobre suicídio e câncer.
“Ele queria disseminar informações a pessoas que sobreviveram para que soubessem tomar decisões melhores. O valor da vida como motivador aliado a uma metodologia e racionalidade científica foi a maior constante na história do meu pai”, explica Andrei.
Durante a ditadura, posicionou-se contra as violações de direitos humanos e a tortura, de onde veio o projeto de memória militar.
“Ele fez três livros de entrevistas com militares sobre a ditadura. Queria entender como os militares pensavam sobre a ditadura, algo que era raro na academia."
Natural do Rio de Janeiro, Gláucio era filho de uma professora de ensino médio paraense e um servidor do Lloyd Brasileiro nascido em Macaé.
Formou-se em sociologia e ciência política na PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro e em Direito na Universidade Cândido Mendes.
Gláucio foi responsável pela formação de muitos sociólogos cientistas sociais, pois atuou como professor, pesquisador e colaborador em diversas instituições brasileiras e estrangeiras. No Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro foi pesquisador e professor.
Em 1958, deixou o Brasil para realizar o mestrado e o doutorado nos EUA.
Presidiu a Associação Brasileira de Ciência Política e depois foi secretário-geral da Associação Latino-Americana de Ciência Política.
Dentre as premiações, recebeu o Prêmio de Excelência Acadêmica da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, no ano de 2015.
Fã dos esportes, Gláucio foi faixa preta em judô e sensei do time da Universidade da Flórida. E fundou uma academia juvenil em Gainesville.
O melhor e mais belo dos seus talentos foi a paternidade. Amoroso, atencioso, apoiador, sempre fez tudo para que seus filhos fossem próximos e protegessem uns aos outros, segundo Andrei.
Ele morreu dia 14 de junho, aos 86 anos, por complicações da Covid-19. Deixa a esposa, cinco filhos e seis netos.
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