Mortes: Mestre pimenteiro, levou novos sabores à mesa paulistana
Zé Lima morreu por complicações da Covid-19
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
De Belo Jardim, em Pernambuco, José Pereira Lima, ou Zé Lima, como era chamado carinhosamente, trouxe para São Paulo o carisma, a simplicidade e alguns dons, como o de atender o público e a habilidade com pimentas, que herdou da mãe.
No restaurante Tordesilhas, no Jardins, zona sul da capital paulista, onde trabalhou por cerca de 30 anos, Zé Lima cresceu e tornou-se o mestre pimenteiro oficial, ganhando fama na gastronomia paulistana.
“Ele tinha a expertise e com o tempo desenvolveu o conhecimento. Também era um garçom dos bons, detalhista e muito paciente”, diz o gerente do restaurante, José Maria Sales.
Zé Lima conhecia as características de cada tipo de pimenta, sabia extrair os aromas, como armazená-las e sugeria combinações e inovações. De acordo com o prato escolhido pelo cliente, dizia a que faria melhor combinação, a que agregava sabor especial à comida.
O mestre pimenteiro chegou ao Tordesilhas indicado por uma amiga da família proprietária do restaurante. O emprego anterior havia sido numa pizzaria.
“Era sarrista e certeiro nas palavras. Os clientes o adoravam. Ele tinha um jeito especial de se dirigir às pessoas”, afirma Sales.
Zé Lima tinha problemas renais e estava em licença por doença havia um ano, mas ia eventualmente ao restaurante para cuidar das suas meninas, como se dirigia às pimentas.
Mesmo sob cuidados e respeitando os protocolos de segurança contra a Covid-19, ele foi infectado e não resistiu às complicações da doença. Zé Lima morreu dia 13 de julho, aos 61 anos.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters