Descrição de chapéu Governo Lula chuva clima

Governador do RS cita cenário de guerra, reforça pedido de ajuda e Lula marca ida ao estado

Eduardo Leite (PSDB) solicitou apoio das Forças Armadas; temporais já causaram dez mortes e 21 desaparecidos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (1º) ao presidente Lula (PT) que o estado vive uma "situação de guerra" por causa das fortes chuvas que já deixaram dez mortos e 21 desaparecidos desde segunda-feira.

"Reforcei que precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos para serem superados e precisamos da atuação das Forças Armadas", escreveu Leite nas redes sociais após telefonar ao petista.

Em resposta, Lula agendou uma viagem ao Rio Grande do Sul na quinta-feira (2), para acompanhar o resgate e definir ações emergenciais para o estado.

Rastro de destruição causado pela forte chuvas na cidade de Sinimbu, na região do Vale do Rio Pardo, interior do Rio Grande do Sul - Carlos Macedo/Folhapress

A comitiva presidencial deve contar com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Renan Filho (Transportes), além dos comandantes do Exército, general Tomás Paiva, e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, e o secretário de Defesa Civil, Wolnei Barreiros.

"Nós vamos colocar no Rio Grande do Sul quantos homens for necessário para ajudar. Não tem limite da gente colocar, não. Se for só 30, vamos enviar 60, 90, 100. Não tem limite de pessoas para a gente enviar para ajudar", disse Lula a Leite em trecho da ligação divulgado pelo presidente.

Segundo o presidente, as Forças Armadas têm oito helicópteros à disposição para auxílio imediato para os resgates de pessoas ilhadas e buscas por desaparecidos.

"Só que não consegue levantar voo por causa do teto. Os helicópteros já estão preparados para ir ao Rio Grande do Sul, sabe, assim que o teto permitir", completou.

Em setembro do ano passado, Lula foi bastante criticado no Rio Grande do Sul por não ter visitado o estado, após a passagem de um ciclone. A comitiva enviada ao estado foi chefiada pelo vice Geraldo Alckmin (PSB).

Na ocasião, o Planalto argumentou que Lula precisou partir direto para a Índia, para uma reunião do G20, logo na sequência do desfile de 7 de Setembro, em Brasília. Nos dias anteriores, teve uma "indisposição de saúde", como explicou Alckmin.

A ida ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (2) foi definida após o mandatário retornar de São Paulo, onde participou do ato de 1º de Maio. Lula se reuniu com os ministros Paulo Pimenta (Secom), José Múcio (Defesa) e Rui Costa, no Palácio da Alvorada.

Pimenta informou que a viagem às áreas atingidas só não será realizada se as condições climáticas não permitirem.

O Ministério da Defesa afirmou que as Forças Armadas empregaram 335 militares para o apoio à população gaúcha atingida pelos temporais. Os militares iniciaram as atividades na terça-feira (30) com o auxílio de 12 embarcações, cinco helicópteros e 43 viaturas.

"As atividades desempenhadas incluem o resgate de pessoas ilhadas, a distribuição de água, alimentos e donativos e o auxílio na recuperação da infraestrutura danificada. Os militares também atuam na montagem de barracas para triagem aos desabrigados e fornecimento de colchões", disse a pasta.

Vídeos divulgados pela Defesa mostram militares atuando no resgate às vítimas. Amarrados em cordas, os soldados descem de helicópteros e buscam pessoas ilhadas em casas.

Pimenta afirmou que a comitiva presidencial deve decolar de Brasília por volta das 7h da quinta-feira —horário que pode ser alterado pelas condições climáticas.

"Não vai faltar efetivo, não vai faltar apoio, nós vamos nesse primeiro momento dar ajuda humanitária e, num segundo momento, vamos trabalhar junto com a Defesa Civil do Estado e dos municípios na limpeza, reconstrução e apoio", completou.

Barragem monitorada

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informou que segue monitorando a situação da barragem da Usina Hidrelétrica Dona Francisca. Houve o acionamento de um plano de emergência por causa das intensas chuvas.

Para evitar problemas com a barragem, a afluência da hidrelétrica foi reduzida e também foram adotadas outras medidas operativas, segundo a agência.

"Vale informar a população que o alerta hidrológico reduziu para o nível de atenção e as medidas operacionais adotadas na cascata foram bem-sucedidas, mas o monitoramento continua diante da previsão de chuvas nos próximos dias", afirma a Aneel em nota.

A agência explica que a população afetada pela chamada zona de autossalvamento chega a 640 pessoas, que estão localizadas nos municípios de Nova Palma, Agudo e Dona Francisca

Já na chamada Zona de Segurança Secundária (ZSS), a população chega a 5.270 habitantes, localizados nos municípios de Faxinal do Soturno, São João do Polêsine, Restinga Seca, Paraíso do Sul, Formigueiro, São Sepé e Cachoeira do Sul.

A Aneel também alerta que a usina 14 de Julho também entrou em estado de alerta e medidas de segurança começaram a ser adotadas.

"A usina está localizada no rio das Antas, nos municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves. Em função da evolução e aumento das vazões afluentes e dos níveis d’água críticos a montante da barragem, concomitante com a perda de acesso às barragens e ausência de monitoramento, as sirenes foram acionadas para evacuação da Zona de Autossalvamento", afirma o texto.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.