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Chuvas devem aumentar no RS e avançar para Santa Catarina e Paraná

MetSul prevê enchentes até a segunda semana de maio no território gaúcho; Inmet estima que rajadas podem ultrapassar 80 km/h

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Diego Alejandro
São Paulo

As chuvas não darão trégua ao Rio Grande do Sul nos próximos dias, de acordo com Estael Sias, metereologista da empresa MetSul. "Na quinta, com a passagem de uma frente fria, serão mais 100 a 150 mm. E haverá um segundo momento de chuva forte entre sexta e sábado, com mais 100 mm". A previsão é baseada no último boletim do MetSul, divulgado na tarde de quarta (1º).

Nos últimos cinco dias, os acumulados de chuva registraram entre 300 mm e 500 mm, principalmente no centro e no norte do estado, causando ao menos dez mortes. Ainda há 21 pessoas desaparecidas. "É possivelmente mais grave que a primavera do ano passado, e numa área maior. É uma calamidade", afirma Sias.

Rastro de destruição causada pela forte chuvas na cidade de Sinimbu, na região do Vale do Rio Pardo, interior do Rio Grande do Sul - Carlos Macedo/Folhapress

Essas regiões já estão enfrentando inundações, especialmente o centro do estado, os vales, a Grande Porto Alegre e a Serra Gaúcha. Esta última região, inclusive, é onde nascem vários dos rios que descem para os vales, como Caí, Paranhana e Taquari —que enfrentam cheias históricas e tendem a se elevar nos próximos dias.

"Os rios gaúchos são complexos. Portanto, provavelmente estaremos falando em enchentes até o fim da segunda semana de maio, podendo ultrapassar o número de mortes do ano passado", disse Estael Sias. A metereologista inclusive cita que, se tudo isso confirmar, será necessário fechar as comportas do lago Guaíba, situação que ocorreu somente duas vezes desde 1970.

Mapa metereológico Rio Grande do Sul, para 1/5/2024 até 4/5/2024
Mapa da precipitação acumulada do Rio Grande do Sul, para 1/5/2024 até 4/5/2024. - Divulgação/MetSul

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê que entre esta quarta (1º) e quinta (2), uma ampla área de baixa pressão atmosférica favorecerá a formação de novas áreas de instabilidade, juntamente com a formação e deslocamento de uma frente fria.

Na sexta, essas instabilidades devem avançar para os estados de Santa Catarina e Paraná (sul e oeste do estado), ocasionando temporais, alguns podendo ser de forte intensidade.

Até quinta, ainda são previstos ventos fortes com rajadas acima dos 80 km/h, ocorrência de descargas elétricas, queda de granizo e chuvas ainda volumosas podendo superar os 200 mm entre o Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina.

Defesa Civil

No início da semana, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul expediu uma nova advertência para chuvas extremas no território gaúcho.

Conforme o governador Eduardo Leite (PSDB), a projeção é que o estado entre no grau "severo" do alerta meteorológico da Sala de Situação. Isso representa grave risco à vida e integridade das pessoas, com possibilidade de temporais intensos, chuvas que causam alagamentos, queda de raios, granizo e ventania.

O governador também disse que "ainda não é possível precisar todos os efeitos que acontecerão em rios" ou onde vão ocorrer vendavais. Até tornados podem atingir o solo gaúcho devido à atuação das áreas de instabilidade, declarou Leite.

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