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Descrição de chapéu Obituário Espedito Ferreira da Silva (1954 - 2022)

Mortes: Líder quilombola, lutou pela titulação de territórios

Espedito Ferreira foi um dos fundadores da Comissão Estadual de Comunidades Quilombolas de Pernambuco

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São Paulo

Espedito Ferreira foi um dos fundadores da Comissão Estadual de Comunidades Quilombolas de Pernambuco e depois coordenador na Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas).

Ele dedicou boa parte de sua vida à luta pela titulação das comunidades quilombolas, tornando-se uma de suas principais lideranças.

"O legado que ele deixa é a esperança de que há a possibilidade da regularização fundiária [das comunidades quilombolas]", afirma Emerson Araújo da Silva, filho de Espedito.

Espedito Ferreira da Silva (1954-2022) - Arquivo pessoal

Nascido e criado na zona rural, no quilombo do Timbó, em Garanhuns, município do agreste de Pernambuco, Espedito ficou órfão aos 8 anos. Na mesma época, em um acidente, quebrou um dos braços e a falta de assistência fez com que ficasse com sequelas.

Desde criança, demonstrava o gosto pela leitura e pelos estudos. Chegou a ganhar uma bolsa para estudar em um colégio de referência da região.

"Contra tudo e todos, ele conseguiu terminar o ensino médio", conta o filho. Na juventude, formou-se em técnico em contabilidade.

Na década de 1980, Espedito se uniu a lideranças de outros dois quilombos, Castainho e Conceição das Crioulas. Juntos, começaram uma articulação para descobrir outras comunidades na região.

Em 2002, os três fizeram o primeiro encontro estadual de quilombolas, dando início à Comissão Estadual de Comunidades Quilombolas de Pernambuco.

"Nesse decorrer de luta, eles formaram um movimento e, hoje, somos 200 comunidades reconhecidas", afirma Emerson.

Anos depois, no final da década de 2010, o líder se tornou um dos coordenadores da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos).

Segundo Emerson, a principal luta quilombola é pela titulação do território. "Nós entendemos que é só a partir do território conquistado que podemos implementar os nossos modos ancestrais. É o acesso a ele que vai nos dar essa autonomia."

"[Precisamos] entrar nos espaços políticos, fazer essa militância para dar visibilidade e dizer que nós existimos, estamos lá e somos sujeitos de direitos", acrescenta, afirmando que seu pai foi uma liderança importante e pioneira na reivindicação desse direito.

No último dia 7 de fevereiro, Espedito Ferreira morreu aos 67 anos depois de um acidente vascular cerebral. Ele deixa mulher, 14 filhos, muitos netos e sobrinhos.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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