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Polícia investiga relato de intimidação à família de Moïse

Parentes do congolês afirmaram à Folha que foram abordados por policiais

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Rio de Janeiro

A Polícia Militar investiga as denúncias feitas por familiares do congolês Moïse Mugenyi de que eles teriam sido intimidados por dois policiais, informação revelada pela Folha. A investigação interna está sendo conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia Judiciária, da Corregedoria Geral da Corporação.

Segundo os parentes de Moïse, os agentes compareceram ao quiosque onde a morte ocorreu três vezes desde o crime. A primeira vez foi na própria noite das agressões, em 24 de janeiro, quando Moïse foi espancado.

Dois agentes teriam sido filmados no local depois que o Samu chegou —os recortes do vídeo das agressões que foram divulgados à imprensa pela Polícia Civil não mostram esse momento.

O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi morto na segunda-feira, 24, próximo a um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro - Facebook/Reprodução

A segunda vez que os policiais apareceram, segundo os familiares, foi no dia seguinte à morte, uma terça-feira, quando parentes e amigos de Moïse foram até a Barra da Tijuca, na zona oeste, tentar entender o que havia acontecido.

Eles contam que estavam fazendo perguntas ao dono e ao funcionário do quiosque Tropicália e, depois, a uma mulher do quiosque vizinho, chamado Biruta, quando os agentes surgiram. Ainda segundo o relato, eles pediram documentos ao grupo e fizeram perguntas sobre o que havia acontecido.

Quatro dias depois, no sábado (29), a mesma dupla apareceu pela terceira vez, de acordo com os parentes, durante o protesto em frente ao quiosque, embora já houvesse policiais do programa Segurança Presente acompanhando o ato.

Nesse dia, eles dizem, os agentes voltaram a pedir documentos e a fazer perguntas sobre o que havia acontecido e o que o grupo fazia ali. Questionado pela reportagem se havia se sentido intimidado, um tio de Moïse respondeu que sim.

"Claro que sim. O policial fardado com arma, pedindo seu documento com aquele tom de voz, daquele jeito da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Eu sou negro, já passei por batida policial quando estava com uniforme de serviço indo trabalhar, aí você não está uniformizado, começam a te perguntar... Quem não fica intimidado?", disse ele.

Até o momento, três suspeitos foram presos após confessarem à polícia terem participado das agressões ao congolês: Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, 27, Brendon Alexander Luz da Silva, 21, e Fábio Pirineus da Silva, 41, funcionários dos dois quiosques da orla.

Os três afirmaram que foram intervir para proteger um colega, funcionário do Tropicália. Um deles justificou o crime dizendo que estava com raiva.

Segundo ele, a vítima estava bebendo muito e "perturbando há alguns dias". Já familiares do jovem congolês disseram à imprensa que ele morreu depois de cobrar uma dívida no quiosque onde trabalhava.

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