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Descrição de chapéu Obituário Dudy Cardoso (1982 - 2022)

Mortes: Artista, usava as composições para se expressar

Indicado ao Grammy Latino, músico Dudy Cardoso morreu em decorrência de um câncer

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São Paulo

Ao compor a música "Sou de Gêmeos", Dudy Cardoso tentava explicar como é ser uma pessoa desse signo. Na letra, ele resume: "Nem próximo do céu, nem vizinho do inferno. Nem tão louco nem errado que não possa dar certo".

As pessoas desse signo, diz a astrologia, normalmente são caracterizadas por terem várias personalidades. Talvez tenha sido por isso que Dudy gostava de experimentar diferentes ritmos e formatos.

Dudy Cardoso (1982-2022) - Arquivo Pessoal

Edu Sereno, amigo e colega da banda Shamani, define Dudy como alguém que tinha clareza, leveza e um sorriso fácil. E era ainda mais fácil de gostar dele.

Cheio de ideias e fluido, fazer músicas não era nem um pouco difícil para Dudy, que começou a tocar violão erudito muito jovem e logo venceu três festivais regionais com suas canções.

Em 2007, a música "Vai" apareceu na novela "Maria Esperança", do SBT, numa parceria com o vocalista da banda Marcelo Mira.

Já em 2013, Dudy participou do disco "Roda-Gigante", do Biquíni Cavadão, com seis músicas coautorais. A música que leva o nome do disco foi indicada ao Grammy Latino na categoria melhor canção brasileira, em 2013, mas perdeu para "Esse Cara Sou Eu", de Roberto Carlos.

Multi-instrumentista, além das habilidades com guitarra e violão, Dudy cantava e tocava uma espécie de bateria eletrônica na banda Shamani. A sua capacidade de fazer música era algo que chamava atenção entre os integrantes da banda.

Não era raro que eles estivessem compondo uma letra e, por vezes, emperrassem em uma parte. Quando olhavam para Dudy, calado, olhando para o horizonte, ele já tinha uma segunda canção pronta na cabeça.

"Dava raiva", brinca Edu Sereno, que sabe que situações como essa deixarão saudade. "Esse era o superpoder dele, a cabeça não parava nem um pouquinho."

Dudy sofria de um câncer renal metastático desde 2016 e morreu na última quarta-feira (6), aos 39 anos. Apesar da saúde fragilizada, ele não demonstrava dores para os colegas. "Talvez, ele escondia a dor ou, ainda, era o efeito da música nele. Ou os dois", diz Sereno.

Mesmo sem poder comparecer a todos os encontros da banda, Dudy ainda participava das composições. Os amigos às vezes encaminhavam trechos de músicas para que ele pensasse no refrão. "Era nisso que ele era bom. Agora, para compor, a gente pensa ‘o que será que o Dudy escreveria?'"

Ele e a esposa, a psicóloga Adriana Biem, passaram 16 anos juntos. O casal gostava de viajar para diferentes destinos. Nas redes sociais de Dudy, há registros em Jericoacoara (CE), na Califórnia, nos Estados Unidos, e em Aveiro, em Portugal.

Nas legendas das fotos, ele não deixava de dedicar o amor à esposa. Em uma delas, diz que "o amor é uma semente, uma aposta, uma memória, uma construção infinita". "Tipo de força, destino, intervenção divina nos uniu", completou.

"A segunda profissão do Dudy era viajar", conta Sereno. "Eles curtiam a vida de um jeito muito bacana e estavam sempre aproveitando a vida desse jeito solto."

Dudy deixa a família, a esposa, Adriana, a banda e amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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