Vídeo que usa lei matemática para desacreditar urnas volta a circular
Autor da gravação cita Lei de Benford, mas nunca foi comprovada fraude no processo eleitoral
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Voltou a circular um vídeo em que Hugo César Hoeschl, que afirma ser "delegado de polícia, promotor de Justiça e procurador na área federal", diz que método matemático provou probabilidade de fraude de 73,14% nas eleições de 2014 —o que não se confirmou. A gravação com conteúdo falso circulou pela primeira vez em 2018, pouco antes das eleições presidenciais.
Hoeschl cita também que o método, baseado na lei matemática de Benford, possui reconhecimento internacional e que, para as eleições de 2018, montou uma rede de computadores de alto processamento nos Estados Unidos, sem citar especificamente onde, "para capturar, processar e analisar o banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral".
Na época em que a gravação circulou inicialmente, especialistas afirmaram que a aplicação da regra matemática em resultados eleitorais, "por si só, não é capaz de provar qualquer irregularidade". Além disso, segundo o TSE, as urnas brasileiras são auditáveis, ao contrário do que é dito na gravação.
O vídeo vai na linha dos frequentes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) direcionados ao sistema de votação brasileiro. Sem apresentar nenhuma prova, ele contesta a segurança do processo.
Apesar das desinformações que circulam a respeito das urnas eletrônicas, 79% dos brasileiros afirmam confiar no processo eleitoral, segundo pesquisa do Datafolha.
Hoeschl, segundo o site The Intercept, adulterou títulos acadêmicos. De acordo com a reportagem, ele não foi delegado, apenas foi aprovado no concurso para Polícia Civil do Paraná, em 1991, mas nunca chegou a integrar a corporação.
Ele foi procurado pela Folha, mas não respondeu até a publicação deste texto.
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