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Moradores assumem limpeza de bueiros para evitar nova enchente em São Sebastião

Temendo nova tragédia, voluntários retiram lixo com as mãos no litoral de SP

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São Sebastião (SP)

As chuvas que devastaram o litoral norte de São Paulo e deixaram ao menos 65 mortos continuam a amedrontar moradores na Vila Sahy e na Baleia Verde, áreas de São Sebastião (litoral de SP).

Com previsão de mais chuva, qualquer sinal de temporal vira alerta para moradores e comerciantes na parte do Sahy mais próxima das encostas. Enquanto isso, agentes da prefeitura e a população limpam as ruas e buscam atendimento para recuperar documentos e receber doações.

Equipes da prefeitura e moradores continuam os trabalhos para tentar recuperar casas e vias da Vila Sahy, na praia da Barra do Sahy, em São Sebastião - Adriano Vizoni/Folhapress

O problema é que os temporais impedem o trabalho das máquinas que retiram lama da rua desde o Carnaval, quando ocorreram deslizamentos em diversos locais da cidade litorânea.

Com o fim do expediente, a vigília e o trabalho de remover o barro ficam para moradores e comerciantes do local.

Mal a lama começou a secar, uma chuva na terça (28) fez Reuri Nascimento, 34, dono de um mercado na rua Ricardo Queiroz, na Vila Sahy, se juntar a amigos da vizinhança para retirar com as mãos o lixo de uma boca de lobo.

Ele é um dos que aparecem em um vídeo liberando o local para o escoamento da água, que chegava à altura das pernas.


Vídeo: Moradores da Vila Sahy tiram lixo de boca de lobo para escoar água da chuva


Nascimento diz que as pessoas que moram ou trabalham no local precisam ficar atentas especialmente à noite para evitar que a água se acumule e repita a cena da madrugada de 19 de fevereiro, quando os moradores dormiam no momento da enchente.

"Não tem alerta. A gente que tem comércio olha o dia todo e à noite, porque, se não limpar, alaga tudo. É o principal ponto de escoamento. Se a gente não faz, quem vai fazer?", diz.

A falta de aviso também é um drama para Eliane Gama, 31, que mora no bairro Baleia Verde, perto da rodovia Rio-Santos, com o companheiro e sete filhos.

"A gente vive no terror. Pinga e um dos meus filhos diz ‘Bora, mãe!’, com medo de acontecer tudo de novo", diz Eliane.

As doações têm ajudado a família a comer e a beber água. Principalmente porque a casa dela, como outras no quarteirão, recebe água das fontes e usa fossas sépticas para a coleta de esgoto.

Depois da chuva, ela se abrigou na casa da irmã, também na Baleia Verde, mais próxima da pista.

Agora divide o tempo entre o Instituto Verdescola, na Vila Sahy, para buscar doações e arrumar a casa.

Mesmo com a recomendação da Defesa Civil de não voltar para o imóvel, ela diz que precisa tomar conta das coisas e que não quer ficar em abrigos.

"São sete crianças, é muito difícil tomar conta em um abrigo", afirma.

Outra porção da Baleia Verde, mais para dentro da mata, ainda está inacessível, e as chuvas pioraram o cenário. Após buscas pelo corpo de um desaparecido, na terça, os bombeiros e o prefeito de São Sebastião, Fernando Augusto (PSDB), foram retirados do local de helicóptero.

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