Elisabeth Tenreiro, assassinada por aluno em SP, virou professora da rede pública aos 60
Ex-funcionária do Instituto Adolfo Lutz, ela era defensora da ciência e deixa filhas e netos
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A professora de ciências Elisabeth Tenreiro, 71, morta nesta segunda-feira (27) em um ataque na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste da capital, era apaixonada pelas filhas e pelos netos.
Também era uma defensora da ciência e passou os últimos meses enfatizando a importância da vacinação contra a Covid-19 em sua página no Facebook.
Na rede social, ela costumava trocar mensagens de carinho com familiares, amigos e ex-alunos.
Para os atuais estudantes, deixava lembretes como postagens sobre os itens necessários para a realização das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Também fazia posts bem-humorados sobre química e biologia.
Tenreiro trabalhou por décadas no IAL (Instituto Adolfo Lutz), que produz estudos e insumos na área da saúde e é vinculado à Secretaria de Estado da Saúde. Ela ingressou no instituto na década de 1970 e se aposentou como agente técnica de saúde.
"Ela sempre foi uma colega de trabalho muito alegre, interessada em colaborar naquilo que fosse necessário e falava muito sobre as aulas, os alunos", lembra a pesquisadora do IAL Regina Rodrigues.
Rodrigues comenta que, por alguns anos, Tenreiro conciliou o trabalho no instituto com as aulas em escolas estaduais —a professora foi aprovada em 2012, aos 60 anos, para ministrar aulas para os ensinos fundamental e médio— e gostava muito de ensinar.
"Ela sinalizava que ia além do ensino propriamente dito. Dava atenção, ouvia os alunos, conversava sobre os problemas, as dificuldades que eles enfrentavam no dia a dia", recorda.
Após a aposentadoria, a professora continuou frequentando o IAL para visitar os amigos que fez nos diferentes departamentos. "Saudades de vocês e do Lutz. Amo vocês", escreveu a uma amiga em junho passado, no Facebook.
"Ela tinha um bom convívio com todos, era muito querida", afirma Rodrigues.
Tenreiro começou a lecionar na escola Thomazia Montoro neste ano. Até dezembro do ano passado, ela era docente da escola estadual Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, no Alto de Pinheiros, também na zona oeste.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lamentou em nota a morte da professora e decretou luto oficial de três dias.
O ATAQUE
Ao todo, quatro professores e dois alunos foram feridos no ataque, realizado por um estudante de 13 anos do 8º ano do ensino fundamental. O adolescente foi apreendido e as demais vítimas seguem em atendimento em hospitais da região.
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