Polícia já cadastrou cerca de 200 usuários em 'censo' da cracolândia
Identificação dos frequentadores está entre as estratégias anunciadas pelo Governo de São Paulo
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A Polícia Civil cadastrou cerca de 200 usuários de drogas que frequentam a cracolândia. Nesta quarta-feira (19), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou a criação de uma espécie de censo na região para identificar o perfil de pessoas.
A ideia é separar moradores de rua, dependentes químicos e traficantes e, depois, levar os usuários de drogas para um novo endereço no Bom Retiro, na zona central da cidade.
Os cadastros são feitos pelos policiais civis que fotografam e anotam os dados dos usuários abordados durante as ações policiais. A maioria dos usuários cadastrados tem passagem por furto, roubo, tráfico de drogas, entre outros crimes, segundo a Polícia Civil.
Além disso, imagens feitas por câmeras e drones têm sido usadas pelos policiais para identificar o movimento do tráfico de drogas na cracolândia. Os criminosos usam barracas e guarda-sóis para esconder a venda e consumo de crack da vigilância policial.
As declarações do governador divergem das falas repetidas desde a semana passada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que nega qualquer iniciativa do poder público de remover a cracolândia.
Segundo o prefeito, a movimentação dos usuários em direção ao Bom Retiro, apesar de ter tido forte aparato policial, fez parte da dinâmica própria da cracolândia sem intervenção dos agentes municipais. A operação teve participação da GCM (Guarda Civil Metropolitana), chefiada pelo prefeito.
Moradores do Bom Retiro afirmaram que notaram a presença de carros policiais e da GCM em ruas do bairro por onde os usuários de drogas passaram dia antes da movimentação.
Na manhã desta quarta, ao ser questionado novamente sobre o assunto, Nunes voltou a negar a intenção de levar o fluxo da cracolândia para o Bom Retiro, onde fica o complexo Prates, equipamento municipal dedicado ao atendimento e acolhimento de usuários de drogas. O prefeito ressaltou que a concentração de dependentes químicos age por conta própria e que cabe ao poder público oferecer tratamento a quem está no fluxo.
Há cerca de três semanas, o fluxo, como é chamada a aglomeração de dependentes químicos que forma a cracolândia, ocupa trecho da rua dos Gusmões na esquina com a avenida Rio Branco. A proximidade com o centro comercial de eletrônicos da Santa Ifigênia tem preocupado os governantes que temem o impacto nas eleições municipais do próximo ano.
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