Polícia do Rio ocupa centro de treinamento de traficantes em 2º dia de operação
Área fica na Maré e vai ser usada como base provisória dos agentes; ação busca responsáveis pelo assassinato de três médicos em quiosque na Barra da Tijuca
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Agentes da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da polícia do Rio de Janeiro ocuparam o centro recreativo utilizado como local para treinamento de traficantes no Complexo da Maré, na manhã desta terça (10), segundo dia de operações em comunidades ligadas ao Comando Vermelho.
O objetivo era cumprir 60 mandados de prisão, entre eles os de suspeitos ligados aos assassinatos a tiros de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste. Na primeira fase da operação, iniciada na segunda (9), a polícia havia dito que o objetivo era cumprir 100 mandados, mas o número foi reavaliado nesta terça.
Os policiais estabeleceram uma base provisória no centro de treinamento. O local tem um campo de grama sintética ao lado de uma piscina de 25 metros. A área era utilizada por traficantes do TCP (Terceiro Comando Puro) para treinos de tiros e instrução de manobras durante confrontos. Um suspeito com mandado foi preso próximo ao local.
Além da Maré, os mil agentes que participam da operação estiveram na Cidade de Deus. Segundo o governo do Rio de Janeiro, oito comunidades foram alvo da ação desta terça.
Agentes do BAC (Batalhão de Ações com Cães) apreenderam na Vila dos Pinheiros cerca de 300 pés de maconha. As plantas foram encontradas pelo faro do cão Sherlock, que as localizou em uma casa de três andares. O local estava sem segurança e era mantido com sete aparelhos de ar-condicionado ligados.
Na Cidade de Deus, agentes trocaram tiros com criminosos, mas não foram registrados feridos.
Equipes da 39ª DP (Pavuna) e da DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas) também estiveram na favela da Lagartixa, na zona norte, em busca de um homem que seria responsável por atirar uma bomba em um ônibus no dia 27 de setembro —na ocasião, três pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave.
Os investigadores apuraram que um integrante do TCP teria feito o ataque para incriminar membros do Comando Vermelho. Ele estaria escondido na comunidade onde a ação é realizada.
"Eles não ficam dentro de casa esperando a chegada da polícia. Eles ficam migrando de uma comunidade para outra, por isso estamos fazendo operações em diversas comunidades", disse o secretário de Polícia Civil, José Renato Torres.
Na segunda-feira, a primeira fase da operação se concentrou nos bairros Cidade de Deus, Vila Cruzeiro e Maré e terminou com nove mandados de prisão cumpridos, entre eles o de um policial militar suspeito de fazer a escolta de um caminhão de 151 quilos de cocaína. A droga pertenceria a Wilton Quintanilha, o Abelha, um dos chefes do Comando Vermelho.
O sargento Yuri Desiderati Ribeiro não havia constituído advogado, de acordo com a polícia.
Ainda na segunda, dois helicópteros da polícia foram atingidos por tiros durante operação.
As aeronaves tiveram que pousar, e um policial civil ficou ferido ao ser atingido por estilhaços. Um dos helicópteros voltou a operar após o ataque, segundo o estado.
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