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Chacina deixa quatro mortos da mesma família em comunidade quilombola na Bahia

Polícia Civil informou que apura o caso e que a principal linha investigação é uma disputa entre famílias da comunidade

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Salvador

Um homem e três mulheres da mesma família foram assassinados neste domingo (12) na comunidade quilombola Casinhas, zona rural de Jeremoabo, cidade do sertão da Bahia a 385 km de Salvador.

A família foi encontrada morta com disparos de arma de fogo dentro de um carro na estrada que dá acesso ao povoado.

Policiais participam de ação na Bahia - 18.set.23/Divulgação/SSP-BA

As vítimas foram identificadas como Flavia Nunes de Jesus, 32, Dominga Maria de Jesus Silva, 68, Judite Angelina de Jesus Santos, 74, e Eguinaldo de Jesus Silva, 43.

Uma quinta vítima, também ferida pelos disparos de arma de fogo, foi socorrida para um hospital da região –não foram divulgadas informações sobre o seu estado de saúde.

Em nota, a Polícia Militar informou que foi acionada no início da manhã deste domingo e encontrou os corpos com marcas de disparos. O local foi isolado para a realização de perícia.

O caso será investigado pela Polícia Civil, que informou que está com equipes em campo realizando diligências investigativas para esclarecer as mortes.

Em nota, a Polícia Civil informou que apurações iniciais apontam indicativo de autoria e que a principal linha investigação a disputa entre famílias da comunidade.

O povoado de Casinhas, em Jeremoabo, foi certificado em 2010 como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares. Dede então, a comunidade luta pela titulação das terras.

A Bahia, estado com maior número de mortes violentas do país em números absolutos, enfrenta um cenário complexo na segurança pública que desafia o governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Além de estar presente em suas periferias urbanas, a criminalidade também se espalha por áreas rurais, com uma escalada de conflitos fundiários que se agravou nos últimos anos e segue provocando mortes e tensão em territórios conflagrados.

Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, a Bahia registrou no ano passado 99 conflitos agrários em áreas que chegam a 275 mil hectares, onde moram cerca de 9.500 famílias.

Ao todo, 27 pessoas foram ameaçadas de morte devido aos conflitos e três foram assassinadas. Neste ano, foram registradas mais três mortes violentas de indígenas e quilombolas.

Dados da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos), apontam que ao menos 11 quilombolas foram assassinados na Bahia nos últimos dez anos.

O governo da Bahia criou neste ano uma coordenação de mediação de conflitos fundiários na Polícia Civil, que terá mais estrutura para atuar em casos que envolvem comunidades tradicionais.

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