Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Novo temporal deve atingir regiões já castigadas do RS a partir desta sexta (10)

Previsão indica que nova frente fria pode provocar chuvas quase tão intensas como as da semana passada

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São Paulo

A volta da chuva e de ventos fortes à região de Porto Alegre nesta quarta-feira (8) fez a prefeitura paralisar o resgate das vítimas das enchentes histórica no Rio Grande do Sul. A Defesa Civil, contudo, já se prepara para uma nova frente fria que deve chegar ao estado nesta sexta-feira (10), provocando tempestades quase tão fortes como as da semana passada. E nas mesmas regiões já destruídas.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), do dia 27 de abril até as 16h desta quarta, choveu na estação meteorológica do Jardim Botânico, na capital gaúcha, um volume acumulado de 388 mm. A estimativa agora é que de sexta até a próxima segunda (13) chova até 330 mm em Porto Alegre.

Voluntários deixam os barcos no lago Guaíba após a paralisação do resgate das vítimas da enchente, devido à volta da chuva e da ventania
Voluntários deixam barcos no lago Guaíba, em Porto Alegre, após paralisação do resgate às vítimas devido ao retorno da chuva e do vento - Anselmo Cunha/AFP

A previsão indica que, nesse período, a chuva com maior intensidade deve ocorrer entre o centro-norte e o leste gaúcho, incluindo o litoral norte do estado e o sul de Santa Catarina. Nessas regiões o volume de chuva deve variar entre 200 mm e 300 mm.

Segundo Stéfano Boeira, hidrólogo da Sala de Situação da Sema (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura) do Rio Grande do Sul, os volumes esperados desta vez devem elevar os níveis dos rios nos vales, mas menos do que o registrado na semana passada. A Grande Porto Alegre, porém, deve continuar debaixo d'água por mais alguns dias.

"Com esses volumes, deve ter a manutenção dos níveis em inundação na região metropolitana. Aí o lago Guaíba não vai ter um declínio tão rápido dos níveis. A expectativa é que se mantenha acima dos 4 metros com esses novos volumes precipitados, sendo que a cota de inundação do cais Mauá é de 3 metros", destaca Boeira. "E se mantiver esses valores elevados, dependendo de como será a direção dos ventos, a inundação vai perdurar por mais 10 a 15 dias."

A meteorologista do Inmet Dayse Moraes diz que outro sistema frontal está se formando no estado, o que explica a previsão de novas tempestades, que devem ter rajadas de vento e também queda de temperatura.

Para esta quinta (9), o Inmet já prevê tempo frio e seco no sul do Rio Grande do Sul, com temperaturas mínimas variando de 4°C a 8°C. Nas demais regiões do estado deve haver menos nebulosidade e um pouco de frio na madrugada. As temperaturas mínimas podem variar de 10°C a 15°C na metade norte do estado. Pela manhã, Porto Alegre pode registrar 13°C.

A queda da temperatura será maior a partir de segunda-feira, quando a frente fria poderá ficar estacionada sobre o estado gaúcho. A chuva deve parar, mas os termômetros ficarão baixos. Nesse dia, a capital deve registrar entre 13°C e 17°C, caindo ainda mais nos dias seguintes, que devem ter mínima de 8°C e máxima de 14°C.

Defesa Civil alerta para cheia da lagoa dos Patos

A Defesa Civil gaúcha também emitiu um alerta nesta quarta para o deslocamento das cheias em direção à lagoa dos Patos, que liga o sul do estado à região metropolitana de Porto Alegre. O órgão informa que haverá uma grande elevação do nível da lagoa, atingindo praticamente todas as regiões ribeirinhas e as demais zonas de influência direta (municípios da região da Costa Doce e sul da Lagoa).

Por isso, a orientação é que os moradores das regiões próximas à lagoa, ou de áreas com histórico de alagamentos ou inundações, devem sair com antecedência, buscando um local seguro para permanecer.

A Defesa Civil também alerta para a inundação gradativa do rio Uruguai entre as cidades de São Borja e Barra do Quaraí, na divisa com Uruguai e Argentina.

Área demarcada pela Defesa Civil gaúcha para o possível alagamento da lagoa dos Patos, pegando as regiões ribeirinhas em toda sua extensão
Área demarcada pela Defesa Civil gaúcha para o possível alagamento da lagoa dos Patos, pegando as regiões ribeirinhas em toda sua extensão - Defesa Civil/RS
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