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Ex-chefe da Polícia Civil do RJ preso por suspeita de matar Marielle assumiu cargo na véspera do crime

Rivaldo Barbosa foi alvo de operação da PF na manhã deste domingo

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São Paulo

Preso na manhã deste domingo (24) por suspeita de autoria intelectual do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, o ex-chefe da Polícia Civil no Rio do Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa, assumiu o cargo na véspera do crime, em 13 de março de 2018.

O assassinato da vereadora e do motorista aconteceu na noite do dia 14.

Ele foi preso parte da operação Murder Inc., realizada em conjunto com a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. Além dele, os irmãos Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), deputado federal, e Domingos Brazão, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio também foram presos.

Ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa é escoltado por um policial após chegada à Polícia Federal do Rio de Janeiro - Daniel Ramalho/AFP

Os nomes envolvidos são suspeitos de serem os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

A advogada do ex-chefe da Polícia Civil, Thalita Mesquita, afirma que ele nega qualquer envolvimento com o crime. "A defesa tem certeza da inocência dele", afirmou.

Em conversa com jornalistas do lado de fora da sede da PF (Polícia Federal) no Rio, o advogado Ubiratan Guedes, responsável pela defesa de Domingos Brazão, disse que o conselheiro do TCE não conhecia Marielle e é inocente

A defesa de Chiquinho Brazão foi procurada pela reportagem, mas ainda não se manifestou.

A operação foi realizada no domingo para surpreender os suspeitos, de acordo com as primeiras informações. Há a indicação de que eles tentariam fugir. Além dos mandados de prisão, a polícia cumpre 12 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), todos no Rio.

Rivaldo Barbosa foi subsecretário de inteligência e dirigiu a Divisão de Homicídios da Polícia Civil antes de assumir a chefia da instituição. Ele foi escolhido para comandar a Polícia Civil na época da intervenção federal no Rio, comandada pelo general Walter Braga Netto, que depois virou ministro de Jair Bolsonaro.

Foi neste período que o general ganhou notoriedade.

Braga Netto foi também ministro da Casa Civil e da Defesa antes de ser candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022. Mensagens consideradas comprometedoras pela PF deram destaque ao general nas investigações sobre um plano golpista para manter o ex-presidente no poder em 2022.

Foi ele quem bancou a escolha de Rivaldo na instituição.

Cinco meses após ser escolhido para o comando da instituição, o Ministério Público pediu o afastamento de Rivaldo do cargo por ter contratado uma empresa de informática sem licitação.

Sob a chefia dele, a Civil do Rio cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão ligados às mortes. Em um deles, em dezembro de 2018, agentes da Delegacia de Homicídios da capital foram a 15 endereços espalhados pelos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Na época, o delegado afirmou que a ação estratégica "estava buscando provas concretas para a condenação dos assassinos".

"Eu não posso levantar o sigilo senão eu estrago a investigação", disse.

Segundo a polícia, a operação visava cumprir mandados oriundos de inquéritos policiais paralelos ao caso Marielle.

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