Siga a folha

Operação prende suspeitos de importação ilegal de produtos a partir do Paraguai

De acordo com a Receita, uma das empresas do grupo criminoso movimentou sozinha mais de R$ 700 milhões

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

João Pedro Capobianco
São Paulo

A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram na manhã desta quinta-feira (6) uma operação para desarticular uma organização criminosa que contaria com a participação de servidores públicos. De acordo com a Receita, uma das empresas do grupo movimentou sozinha mais de R$ 700 milhões de forma ilegal. Seis pessoas foram presas.

O grupo comprava produtos eletrônicos de fornecedores na China, nos Estados Unidos e em Hong Kong e, a partir do Paraguai, acessava o mercado brasileiro para atender clientes em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, em Goiás e no Distrito Federal.

Dinheiro em espécie apreendido na Operação Anemia; rede criminosa tinha empresas offshore e ex-servidor público como líder - Divulgação/PF

As investigações, iniciadas em 2020, concluíram que a organização criminosa atuava desde 2014 na comercialização ilegal de produtos estrangeiros no Brasil. O conjunto de indícios levou a Justiça Federal a expedir 53 ordens judiciais de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, além de sete mandados de prisão. A operação efetuou, ainda, o bloqueio de quase R$ 400 milhões em bens e valores.

Seis dos sete mandados de prisão foram cumpridos pela PF. Cinco prisões foram realizadas em Londrina (PR), e a outra, de um operador de criptoativos, no Rio de Janeiro. Um dos investigados está fora do país.

Segundo o delegado da PFl em Londrina, Thiago Garcia Amorim, os principais alvos da operação eram agentes públicos que pediram exoneração de seus cargos e passaram a se dedicar com exclusividade às ações criminosas.

O líder da organização, ex-servidor público, contava com a ajuda de familiares e amigos nos crimes. "A atividade cresceu muito e surgiu a necessidade de eles se organizarem. Foi aí que arregimentaram laranjas, pessoas para atuar na logística, para movimentação de recursos financeiros e constituição de empresas fictícias", disse o delegado.

O auditor fiscal Ivens Lopes Ribeiro, em comunicado sobre a operação, disse que o patrimônio declarado à Receita pelo líder da organização passou de zero a R$ 236 milhões em menos de quatro anos. Entre os bens investigados estão 12 apartamentos de luxo na região de Balneário Camboriú (SC) avaliados em R$ 60 milhões, R$ 30 milhões em cotas de empresas, veículos de luxo e cotas de consórcio.

As investigações concluíram que o grupo se estruturava em ao menos sete núcleos: gestão, logística, financiadores, contadores, doleiros/operadores financeiros, compradores e laranjas.

Segundo a Receita Federal, a organização criminosa articulou uma rede de empresas no Brasil e no exterior para viabilizar transações em criptomoedas e evasão de divisas. As empresas offshore efetuavam o pagamento aos fornecedores internacionais e recebiam ativos de empresas no Brasil.

O território paraguaio era utilizado como entreposto para recebimento das mercadorias e empresas de fachada eram usadas para ocultar a origem ilícita do dinheiro.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas