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Advogada presa por suspeita de racismo em SP pede desculpas por 'qualquer ato ofensivo'

Em nota, Fabiani Zouki diz que 'lamenta profundamente' o ocorrido e afirma que também foi alvo de ofensas

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São Paulo

A defesa da advogada Fabiani Marques Zouki, 47, presa na noite da última quinta-feira (25) na zona sul de São Paulo sob suspeita de injúria racial, divulgou nesta quarta (31) uma nota em que diz que "deseja sinceramente desculpar-se com quem possa ter sido atingido por qualquer ato ofensivo" e lamenta o ocorrido.

Zouki foi presa —e depois liberada sob condição de cumprir medidas cautelares— sob suspeita de ter chamado de "macaco sujo" um funcionário de uma unidade do Burger King no bairro de Moema.

Segundo informações do boletim de ocorrência, a advogada proferiu xingamentos racistas contra o jovem, identificado como Pablo Ramon da Silva Ferreira, 25, enquanto se queixava do atendimento na lanchonete. Ferreira se irritou com as ofensas e quebrou o retrovisor do carro de Zouki, um Volkswagen Jetta 2.0.

Na nota que divulgou, Zouki afirma que "lamenta profundamente tudo o que aconteceu" e que também foi alvo de xingamentos, sem deixar claro como a confusão teria começado. Ela "reconhece que ao ver o retrovisor danificado e as portas de seu carro amassadas, ficou revoltada" e diz que, após a repercussão do caso, "está sendo bombardeada por mensagens de ódio vindas de todos os cantos".

A advogada afirma ainda que está totalmente à disposição da polícia, do Ministério Público e da Justiça e que "não tem sido fácil lidar com todos os desdobramentos, mas entende ser algo inevitável pelo qual tem de passar".

Confusão ocorreu após demora no drive-thru

De acordo com depoimentos de funcionários da lanchonete, o atendimento no drive-thru da unidade estava demorando na ocasião por causa de problemas técnicos.

Pouco antes das 23h, a advogada teria descido do carro e ido até a janela de atendimento e reclamado do tempo de espera. Os funcionários e um policial militar que atendeu a ocorrência disseram que Zouki estava "transtornada".

Após Ferreira ter explicado que estavam enfrentando problemas técnicos, a advogada pediu ao motorista do carro da frente que movesse o veículo para que ela pudesse ir embora. O funcionário teria então se despedido, ao que Zouki teria respondido "tchau mesmo preto, macaco".

Fabiani Marques Zouki na frente da lanchonete - Reprodução

Foi nesse momento que Ferreira teria quebrado o retrovisor do carro. A advogada então desceu novamente do veículo e teria dado um soco em Ferreira, segundo o próprio funcionário. Gravações mostram que a advogada agrediu alguns funcionários da loja.

"Cadê ele? Falou que chamei ele de preto, de macaco. Viajou na maionese. E daí se eu tivesse chamado? Isso não é justificativa para quebrar meu carro", disse Zouki, em vídeo gravado por funcionários.

A Polícia Militar foi acionada e, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), constatou que a a advogada estava embriagada. Ela recusou o teste do bafômetro e foi encaminhada ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer exame.

O caso foi registrado como embriaguez ao volante e preconceito de raça ou de cor.

A assessoria de imprensa do Burguer King afirmou que a empresa não compactua de forma alguma com ofensas racistas, discriminação ou agressão física. Disse ainda que está colaborando com as autoridades na investigação e prestando toda assistência psicológica e jurídica aos funcionários envolvidos na ocorrência.

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