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Descrição de chapéu Folhajus São Paulo

Empresário usou Porsche como arma ao atropelar e matar motoboy, diz juíza ao manter prisão

OUTRO LADO: Igor Ferreira Sauceda afirmou à polícia que estava com medo e que caso foi um acidente

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São Paulo

O empresário Igor Ferreira Sauceda, 27 —que atropelou e matou o motoboy Pedro Kaique Ventura Figueiredo, 21, enquanto dirigia um Porsche— usou o veículo como arma, de acordo com a juíza responsável pelo caso.

A magistrada Vivian Brenner de Oliveira converteu a prisão em flagrante em preventiva (sem prazo) durante audiência de custódia realizada na tarde desta terça-feira (30), no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.

Em seu depoimento à polícia, Sauceda disse que o caso foi um acidente. Ele afirmou também que Figueiredo chutou seu retrovisor e que, por isso, ficou com medo pois tinha sofrido um ataque recentemente. A reportagem entrou em contato por telefone com o advogado que representa o empresário, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

A juíza, porém, disse que essa versão apresentada por Sauceda não é suficiente para que ele seja liberado.

"As imagens de fls. 73 [a página do processo] são claras e demonstram que o indiciado utilizou o seu veículo como verdadeira arma. Pelas imagens é possível verificar que o réu perseguiu a vítima e que a perseguição apenas acabou quando ele atingiu a vítima", afirmou a magistrada.

Porsche que atropelou e matou motoboy em São Paulo na madrugada da segunda-feira (29) - TV Globo

A juíza afirmou na decisão que há evidências do crime de homicídio qualificado por motivo fútil.

"E, a esse respeito, observo que a conduta delitiva do autuado é de acentuada gravidade e periculosidade, considerando que praticou delito de homicídio qualificado, tendo ceifado a vida da vítima em razão de discussão de trânsito ocorrida após a vítima ter danificado o seu retrovisor", traz trecho da decisão.

Exames apontaram que o empresário não estava embriagado no momento do acidente. A juíza, porém, disse que isso não é suficiente para eximir Sauceda.

"O fato de o indiciado não estar alcoolizado não é suficiente para afastar a gravidade da sua conduta. Pelo contrário, não estando alcoolizado, tomou a decisão clara e consciente de perseguir um motoqueiro desconhecido após este ter danificado o seu retrovisor o que acresce reprovabilidade à sua conduta delitiva e denota o perigo gerado pelo seu estado de liberdade. Necessária, portanto, a decretação da prisão preventiva como forma de acautelar o meio social e socorrer à ordem pública", decidiu.

A Secretaria da Administração Penitenciária afirmou que Sauceda deu entrada nesta terça no Centro de Detenção Provisória 2 de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.

Ex-sócio diz que Sauceda já tinha usado Porsche para ameaça

Sauceda é acusado de utilizar o veículo de luxo para perseguir e ameaçar a família de um ex-sócio.

De acordo com o advogado Daniel Biral, a família de Erinaldo Joaquim dos Santos, ex-sócio de Sauceda e de sua família, foi perseguida na madrugada do último dia 20, na mesma região onde ocorreu o acidente que culminou na morte do motoboy.

"O Igor pegou esse carro [Porsche], esperou essa família sair do negócio deles, que é na mesma rua, na Soares de Barros, e começou a perseguir eles, fechar, frear. Eles gravaram porque a menina ficou muito assustada", afirma Biral.

O veículo da família, um Honda City, era dirigido por Cleusa Silva de Souza, esposa de Santos, que estava no banco de carona, e a filha do casal, Beatriz, estava no banco de trás. Ela fez as filmagens.

O advogado afirmou que as ameaças de morte e intimidação começaram em 2021, mas foram intensificadas neste ano, após Santos e seu sócio Carmenon de Jesus Silva ingressarem com ação judicial em março pedindo reconhecimento da sociedade no bar Beco do Espeto. O valor inicial da causa é de R$ 1,4 milhão.

Segundo advogado, no dia 14 de junho, houve registro de boletim de ocorrência no 15º DP (Itaim Bibi) por ameaça de morte.

"Ele [Santos] mantém estacionamento e um bar na mesma rua do Beco do Espeto, eles passam na frente, provocam, xingam, fazem ameaças de morte", relata.

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