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Descrição de chapéu Obituário Luiz Antônio de Lima Alencar (1951 - 2024)

Mortes: Entre o rock e as notícias, jornalista agitou o Ceará

Luiz Antônio, o Peninha, escreveu sobre a cultura de Fortaleza e compôs para bandas locais

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Juazeiro (BA)

O jeito desastrado de Luiz Antônio de Lima Alencar com seus equipamentos musicais rendeu seu apelido Peninha, que virou nome artístico. Era um apaixonado pela música, mesmo às vezes deixando cair um instrumento ou outro. Foi cantor, compositor e guitarrista em bandas do Ceará.

Peninha foi um dos primeiros a montar banda de rock no estado e se tornou referência do gênero musical em Fortaleza, onde participou da efervescência roqueira da década de 1980.

Fã declarado da banda Rolling Stones, era chamado por amigos de "Keith Richards cearense", em referência ao ídolo guitarrista.

Luiz Antônio de Lima Alencar (1951 - 2024) - Arquivo pessoal

Também fazia parte do grupo de "beatlemaníacos" do Ceará. Foi um dos colaboradores do Frequência Beatles, programa de rádio que toca músicas da banda britânica desde 1990. O projeto inclusive surgiu após a primeira vez que o Paul McCartney veio ao Brasil. Na ocasião, Peninha se juntou a um grupo de fãs em uma caravana para ver o show no Maracanã.

"No programa, ele fazia comentários analisando as letras das músicas dos Beatles. Era um cara muito antenado, muito inteligente", afirma o jornalista Nelson Augusto Nogueira, 67. Os dois foram colegas no curso de comunicação social da Universidade Federal do Ceará (UFC), na década de 1980.

A carreira de jornalista de Luiz Antônio passou pela Tribuna do Ceará e pelo Diário do Nordeste, sempre com foco em cultura. Também atuou na comunicação do Governo do Estado do Ceará.

"Fazia uns textos engraçados com títulos bem satíricos. Era bem polêmico nos textos que escrevia", diz Nogueira.

Nascido em Fortaleza, em 1951, Luiz Antônio cresceu no bairro Messejana, onde começou a experimentar as artes nos eventos escolares. Na mesma comunidade, onde sempre estava ouvindo música com os amigos, surgiu sua primeira banda, a Big Brasa.

Também fez parte da banda Amorocratas, batizada com um jogo entre as palavras amor e democracia. Em 1992, lançaram o disco "Paranormal", que traz a essência do rock que jogava com a comicidade.

Peninha compartilhava suas paixões. Hoje também músico e jornalista, o amigo de infância Kildare Rios, 58, lembra que foi com ele que escutou Beatles pela primeira vez e que leu Shakespeare na adolescência. "Ele lia muito, era autodidata em vários idiomas e assimilava tudo muito rápido. Na época, eu não sabia inglês e ele sempre escrevia as letras para mim".

Nos últimos anos, Peninha estava afastado de toda a irreverência da tríade sexo, drogas e rock'n'roll. Se casou com uma evangélica e mudou radicalmente o modo de pensar. Foi morar em uma praia de Aquiraz (CE). Por lá, dava aulas de inglês em uma escola.

Peninha morreu no último dia 4 de junho, vítima de um infarto fulminante, aos 73 anos de idade. Deixa a esposa Celia e muitos roqueiros cearenses que aprenderam com ele a gostar do gênero.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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