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Descrição de chapéu Obituário ​Aluízio Fernandes da Costa, o Pai Lula (1960 - 2024)

Mortes: Foi abrigo espiritual e dirigia centro religioso no litoral potiguar

Filho do orixá Ayrà, Pai Lula comandava espaço de fé na praia de Pirangi do Norte

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Juazeiro (BA)

O Centro Espírita Caboclo Tupi Guerreiro é, desde a década de 1990, um espaço de fé em Pirangi do Norte, praia do litoral do Rio Grande do Norte. Na roça de jurema, Pai Lula realizou muitas giras e toques aos sábados, além de festas para orixás, mestres, pombagiras, caboclos e erês.

Sempre de portas abertas para todos, o líder religioso compartilhava conhecimentos ancestrais com seus irmãos e filhos espirituais. Fazia atendimentos, jogava búzios e cartas e incorporava entidades.

Como um bom filho do orixá Ayrà, era falante e um ótimo conselheiro. Sempre tinha uma história para contar, trazendo ensinamentos sobre a vida.

Aluízio Fernandes da Costa, o Pai Lula (1960 - 2024) - Arquivo pessoal

Aluízio Fernandes da Costa nasceu no dia 3 de outubro de 1960, em Natal. Passou quase toda a vida em Parnamirim (RN), na Pirangi do Norte, onde teve seu primeiro terreiro de jurema, feito de palha, na rua Gaspar Trajano.

Pai Lula, que começou na espiritualidade muito cedo, aos 7 anos, levava sua fé a sério. Iniciou na umbanda, depois conheceu o candomblé por meio de seu Pai Rosildo de Oxum, e a jurema com Pai Freitas.

Era consagrado na jurema havia 30 anos, seguindo os ensinamentos das entidades espirituais Mestre José da Virada, Caboclo Tupi Guerreiro e Mestra Ritinha.

Foi com muito esforço que conquistou sua casa própria, na rua Joaquim Xavier, e atrás dela construiu sua roça de jurema. O espaço era sinônimo de resistência, onde se defendia cultura e diversidade. O líder religioso foi por diversas vezes vítima da intolerância religiosa que ainda atinge as religiões de matriz africana no Brasil.

"Conquistou o espaço dele com muita luta, muita garra. Era um cara que lutava mesmo, corria atrás e não se deixou abater", disse o mestre juremeiro Pai Freitas, 49.

Pai Lula era conhecido pela alegria contagiante e por seu jeito acolhedor. "Ele era muito brincalhão. Ao entrar, já dizia 'chegou a boa'. Era extrovertido demais", conta Pai Freitas.

Em casa gostava de juntar toda a família —tinha paixão pelos netos— e estava sempre rodeado de amigos. Fazia trabalhos sociais na comunidade em que morava, como distribuição de cestas básicas.

Pai Lula morreu no dia 30 de maio, aos 63 anos, após um infarto, em casa. Deixa quatro filhos, Thiago, Tatiane, Thiego e Ralyson; e nove netos, Gabriel, Samuel, Gabrielly, Miguel, Luiza, Dulce, Danila, Rebeca e Emanuelle. Também ficam os filhos espirituais que acolheu em sua casa e agora dão continuidade ao seu legado na religião.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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