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Funcionária da Apae de Bauru foi morta por disputa de poder e desvio financeiro, diz polícia

Advogada da filha da vítima diz que família 'desconhece tais alegações' e vai aguardar conclusão das investigações

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São Paulo

A Polícia Civil de Bauru (SP) confirmou na manhã desta segunda-feira (26) que Claudia Regina da Rocha Lobo, 55, secretária-executiva da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) do município, foi assassinada.

Claudia desapareceu no dia 6 de agosto. Suspeito de ter cometido o crime, o presidente da Apae Bauru, Roberto Franceschetti Filho, está preso desde o dia 15.

De acordo com o delegado Cledson Nascimento, responsável pela investigação, o crime teria sido motivado por disputa de poder e desvios de valores do caixa da entidade.

"A principal linha de investigação é uma disputa de poder pela presidência [da Apae]. Passamos a trabalhar com fortes indicativos de rombo no caixa da entidade assistencial, má gestão e conflitos de interesse entre presidente e secretária-executiva, desvios de valores que estavam ocorrendo ali", afirmou Nascimento. "O desvio existe, da parte dos dois. Ela pedia o dinheiro, e ele que autorizava [as transferências]", acrescentou.

A secretária-executiva da Apae de Bauru, Claudia Lobo - Reprodução/Facebook

Procurada, a advogada Adriana Cabello dos Santos, que representa Letícia Prado, filha de Claudia, disse que aguarda acesso ao inquérito que tramita em segredo de Justiça.

"É um momento muito triste vivenciado pela filha e familiares de Claudia. Neste momento a família se reserva no direito de permanecer em silêncio em decorrência do luto. Declaro que a família desconhece tais alegações. E que vamos aguardar o término das investigações", afirmou.

Os investigadores encontraram imagens que mostram o suspeito no veículo Chevrolet Spin junto de Claudia, no dia do desaparecimento da vítima.

As imagens mostram Claudia saindo do banco do motorista e entrando no banco de trás, onde foi encontrado sangue humano, e Franceschetti Filho saindo do banco do carona e assumindo o volante. O veículo ficou parado três minutos no local.

"Então, por interpretação lógica, as nossas investigações, até o momento, apontam que naquele momento de parada do veículo foi o local onde ela morreu, e logo na sequência ela foi levada para ter o corpo queimado", afirmou o delegado.

O advogado Leandro Chab Pistelli, que defende Franceschetti Filho, disse que só vai se pronunciar nesta terça (27).

A Apae afirmou que preza pela transparência e que abriu uma sindicância para verificar irregularidades nas finanças da entidade.

A investigação conseguiu imagens do veículo circulando até a região do bairro Pousada da Esperança e a rodovia Cesario José de Castilho (Bauru-Arealva), onde fica uma chácara na qual papeis e outros materiais inservíveis da Apae são incinerados.

No local, segundo a Polícia Civil, estava um funcionário da Apae que seria braço direito do suspeito. "O funcionário foi interrogado e afirmou que, quando abriu o veículo, já viu ela morta no banco de trás", disse o delegado.

De acordo com o delegado, Franceschetti Filho mandou o funcionário colocar fogo no corpo da vítima, que teria sido incinerado de terça (6) a sábado (10). Segundo Nascimento, o homem indicou onde teria espalhado pedaços de ossos da vítima pelo terreno da chácara. Os policiais recolheram os ossos e já foi comprovado que se trata de material humano.

O funcionário responde em liberdade por fraude processual e ocultação de cadáver porque, segundo o delegado, ao menos por enquanto não há indícios da participação dele no planejamento e execução do crime.

Nascimento disse ainda que, no dia da prisão, Franseschetti Filho confessou o crime informalmente.

"Quando a gente cumpre o mandado de prisão temporária dele, quando ele toma ciência de que está sendo preso, ele confirma. Ele confessou e indicou que o corpo foi jogado lá. Só que aí ele pede advogado e só fala orientado pelos advogados. Então, assim, oficialmente nos autos ele nega", explicou o delegado.

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