Descrição de chapéu Aeroin Itália São Paulo

Avião da Latam se arrastou na pista em Milão após pilotos inserirem dados errados no computador de bordo

Relatório preliminar mostra que decolagem ocorreu em velocidade inadequada

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Carlos Ferreira

O incidente grave com um Boeing 777-300 da Latam (de registro PT-MUG) em 9 de julho, no qual o avião sofreu um severo tailstrike ao decolar do Aeroporto de Malpensa, em Milão, foi resultado de dados incorretos inseridos pelos pilotos.

A ANSV (Autoridade Italiana para a Segurança dos Voos) divulgou o relatório preliminar em 23 de agosto, em que diz que pilotos aparentemente inseriram informações erradas no computador de bordo, resultando na tentativa de decolagem em uma velocidade inadequada.

Imagem mostra parte traseira de um avião sendo arrastada no chão
Parte traseira da aeronave foi arrastada no chão no momento da decolagem - Divulgação/Aeroin

Na ocasião, o Boeing, com 398 passageiros e membros da tripulação a bordo, estava a caminho de São Paulo. As câmeras de vigilância do aeroporto registrarem o momento em que a fuselagem traseira da aeronave arrastou-se pela pista por cerca de 720 metros, levantando nuvens de poeira e fumaça, antes que o avião finalmente conseguisse decolar.

Logo após a decolagem, os pilotos interromperam rapidamente a ascensão a cerca de 6.000 pés (1.800 metros) e iniciaram o procedimento de despejo de combustível, realizando um retorno de emergência a Milão devido aos danos extensos na estrutura do avião.

O Boeing 777 ficou retido no solo por vários dias antes que a Latam conseguisse levá-lo de volta a São Paulo, onde permanece até agora para os reparos necessários. A investigação do incidente, conduzida pela agência de segurança aérea da Itália, revelou que um simples erro por parte dos pilotos teria causado o incidente.

Imagem mostra rota da aeronave - Reprodução/Aeroin

Para calcular a velocidade de decolagem correta, os pilotos devem inserir vários parâmetros no computador de gerenciamento de voo. No entanto, nesse caso específico, acabaram inserindo o "Peso Zero de Combustível" (peso máximo que uma aeronave pode ter quando está carregada, mas sem combustível) em vez do peso real do combustível que foi abastecido, fazendo com que o computador calculasse uma velocidade de decolagem muito inferior à necessária.

O que surpreende nesse incidente é que, no momento do ocorrido, havia três pilotos na cabine, incluindo um Comandante instrutor que estava treinando um dos outros membros da tripulação. Outro dado alarmante é que os pilotos acreditaram que a velocidade de rotação era de 149 nós, muito abaixo do normalmente requerido para um Boeing 777 totalmente carregado.

A investigação agora continua rumo ao relatório final do caso, que deve ser publicado dentro de alguns meses.

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