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Nas demissões por vídeo, Bolsonaro afaga Regina e mal olha para Weintraub

Ex-ministro encerra gravação com pedido envergonhado por abracinho e ganha seis tapinhas

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Brasília

Durou menos de três segundos o abraço entre Jair Bolsonaro e Abraham Weintraub ao fim do vídeo em que o ministro da Educação anuncia sua saída do governo. Durante quase toda a gravação, o presidente ficou com o semblante fechado e mal encarou o subordinado.

Bolsonaro lançou o método de comunicar a saída de auxiliares em vídeo para tentar controlar as informações sobre as circunstâncias dessas quedas. A ideia era divulgar uma versão positiva sobre as demissões e evitar desgastes para o governo.

Assim, o presidente apareceu sorridente ao lado de Regina Duarte quando a então secretária de Cultura avisou que deixaria o cargo. Bolsonaro abraçou a ex-atriz global, gargalhou, negou que ela fosse alvo de fritura política e endossou com gosto a explicação oficial de que ela havia recebido “um presente” ao ser indicada para comandar a Cinemateca Brasileira.

“O que eu mais quero é o seu bem, pelo seu passado, por aquilo que você representa”, disse o presidente, na vídeo-demissão. “Eu fico muito feliz com isso. Chateado porque você se afasta um pouco do convívio nosso em Brasília”, emendou.

No caso de Weintraub, por outro lado, o anúncio da queda do ministro revelou o ambiente de aflição política provocado pelas múltiplas crises enfrentadas pelo governo. Deixou transparecer, ainda, a relação tensa que Bolsonaro mantém com alguns integrantes de sua equipe.

O ministro tentou imprimir uma certa descontração no início do vídeo ao avisar que pretendia ler seu discurso. Bolsonaro finge uma risada de canto de boca e volta a fechar o rosto. Weintraub fala de sua provável ida para um cargo no Banco Mundial e diz que busca segurança para sua família, enquanto o presidente permanece calado.

Quando Weintraub prepara o fim da gravação, Bolsonaro pede a palavra, com o ar pesaroso. Em vez de elogiar o subordinado, ainda popular em sua base política mais radical, o presidente não cita seu nome, nem se dirige a ele. Seu objetivo era apenas prestar contas aos militantes sobre a demissão do ministro que abriu uma crise com o Supremo Tribunal Federal e derreteu após pedir a prisão de integrantes da corte.

“É um momento difícil. Todos os meus compromissos de campanha continuam de pé e busco implementá-los da melhor maneira possível”, declarou. “Todos que estão nos ouvindo agora são maiores de idade, sabem o que o Brasil está passando.”

No fim da gravação com Regina, Bolsonaro passa o braço sobre os ombros da então secretária, sorri e repete seu slogan de campanha. Já Weintraub encerra o vídeo com um pedido envergonhado por “um abracinho” e ganha seis tapinhas nas costas.

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