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Descrição de chapéu Conservadorismo na Educação

Ideologia de gênero não é preocupação para maioria, diz Datafolha

80% concordam que escolas devem promover o direito das pessoas viverem livremente sua sexualidade

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São Paulo

Oito em cada dez brasileiros concordam que escolas devem promover o direito de as pessoas viverem livremente sua sexualidade. O dado é de uma pesquisa Datafolha encomendada pelo Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) e pela Ação Educativa.

O mesmo levantamento mostra que 68% da população já ouviu falar no termo ideologia de gênero, mas só 22% se considera bem informada sobre o assunto.

No Colégio Novo Pátio, em Santana, a professora Bianca Sanctis, 43, fala com alunos do terceiro ano do ensino médio sobre educação sexual e ISTs - Jardiel Carvalho/Folhapress

Cunhada por setores conservadores da Igreja Católica nos anos 1990, a expressão foi adotada pela frente parlamentar evangélica e voltou à tona nas últimas eleições presidenciais.

Aroldo Martins (Republicanos-PR), deputado federal e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, diz que esse debate não deve ser feito pela esquerda nas escolas. Na opinião dele, é preciso abordar o assunto de forma "despolitizada", o que para o deputado significa "voltar [a discussão] para o conceito de família, valores e costumes".

"Essa questão não pode ser conduzida por movimentos que advogam em prol dessas causas [de minorias]." Martins também acha que os pais é que devem cuidar da educação básica dos filhos, incluindo a sexual.

Não é o que a maior parte dos brasileiros pensa. Segundo a pesquisa Datafolha, 71% da população concorda que a escola está mais preparada que os pais para explicar temas como sexualidade e puberdade, e 54% se diz favorável à adoção de crianças por casais homossexuais.

Pré-candidata a deputada estadual e primeira pastora transexual da América Latina, Alexya Salvador (PSOL-SP), também evangélica, entende que as diferentes identidades de gênero estão relacionadas à diversidade humana e devem ser amplamente discutidas. "O que é diversidade humana? É entender que pessoas não são só homens e mulheres", diz.

Para o sociólogo e coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da PUC-SP, Francisco Borba, as escolas devem buscar o respeito às tradições familiares. "Você não pode ter uma educação na escola que coloque a criança em oposição aos pais", afirma.

Já Alexandre Saadeh, médico psiquiatra e coordenador do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual da USP, defende que é preciso incluir na discussão pais que não se identificam como heterossexuais. "Esse assunto não é uma criação de mentes doentias que querem acabar com a família brasileira, nada disso", diz.

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