Siga a folha

Descrição de chapéu Beleza Todas

Desarmonização facial pode ser difícil, dolorosa, causar reação alérgica e flacidez

Aparência original do rosto pode não voltar, especialmente após aplicações exageradas de ácido hialurônico

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A busca pela harmonização facial trouxe à tona um novo fenômeno: a desarmonização facial. Artistas e influenciadores como Scheila Carvalho, Gkay e Lucas Lucco decidiram reverter procedimentos estéticos que tiveram resultados indesejados com o ácido hialurônico, principal ingrediente para dar mais volume e contorno ao rosto.

No entanto, reverter esse processo pode ser difícil, doloroso e causar reações alérgicas graves, além de flacidez, principalmente entre os que fizeram preenchimentos em excesso. Isso porque, para desarmonizar, é necessário o uso de uma enzima chamada hialuronidase, que dissolve o ácido hialurônico.

"Essa enzima pode ter efeitos colaterais, como qualquer medicação injetável", alerta o cirurgião plástico Luís Maatz, membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e especialista na área pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

Para desfazer os efeitos do ácido hialurônico, um dos materiais mais comuns em procedimentos de volumização facial, é necessário o uso de uma enzima chamada hialuronidase - AdobeStock

Um dos principais riscos associados à hialuronidase são as reações alérgicas. "É muito mais comum ter uma reação alérgica à hialuronidase do que ao ácido hialurônico, que raramente causa alergias", explica.

Além disso, a aplicação da hialuronidase pode ser levemente dolorosa e causar desconforto ao paciente, como um inchaço exagerado da área, que desaparece em alguns dias.

Quando o uso do ácido hialurônico é excessivo, a reversão também pode não restaurar totalmente a aparência original do rosto.

"Se você faz injeções repetidas com grandes volumes, acaba esticando a pele. Quando o efeito do produto diminui ou quando é aplicada a hialuronidase, pode ocorrer uma flacidez secundária", afirma.

Essa flacidez é especialmente observada em áreas como os lábios. Para tratar, existem algumas opções, como bioestimuladores de colágeno, substâncias biocompatíveis que, ao serem absorvidas pelo corpo, estimulam a produção de colágeno na pele, ajudando a dar mais firmeza.

Outras opções incluem tecnologias como laser e microagulhamento, que também promovem a produção de colágeno. Já em casos mais graves de excesso de pele, procedimentos cirúrgicos, como lifting facial, podem ser necessários.

Para evitar a necessidade de uma reversão de procedimentos estéticos, Maatz recomenda buscar um cirurgião plástico ou dermatologista que esteja devidamente inscrito nas sociedades brasileiras de cirurgia plástica e de dermatologia.

Também é importante verificar se o profissional possui experiência com o tipo de procedimento desejado e se a visão estética é coerente com as expectativas do paciente.

Além do ácido hialurônico, existem outros materiais utilizados em procedimentos de preenchimento facial, como o PMMA (polimetilmetacrilato) e o hidrogel. No entanto, esses produtos apresentam riscos significativamente maiores.

"O hidrogel já foi praticamente retirado de circulação, porque a Anvisa o proibiu há alguns anos. Já o PMMA ainda é comercializado, mas vemos muitas complicações com seu uso", explica o cirurgião plástico.

Ao contrário do ácido hialurônico, que é um produto biocompatível, ou seja, é absorvido pelo corpo ao longo do tempo, o PMMA não é completamente absorvido, o que pode levar a reações inflamatórias ou infecciosas crônicas.

"É praticamente impossível retirar completamente o PMMA, porque ele permeia todos os tecidos onde foi injetado. Quando isso acontece, o paciente pode desenvolver inflamações repetidas e formação de abscessos, causando sequelas permanentes", alerta.

Apesar dos riscos associados a alguns procedimentos estéticos, com avanços de técnicas e o uso de materiais biocompatíveis, como o ácido hialurônico, é possível alcançar resultados satisfatórios e seguros.

"É importante usar o bom senso. Grandes volumes aplicados em um único procedimento têm uma maior chance de levar ao arrependimento. Portanto, comece com pequenas mudanças e progrida conforme a necessidade e o desejo", aconselha.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas