Longa 'Solaris' e peça de Bernhard são dicas de Bernardo Carvalho
Romancista sugere atividades para o período de confinamento
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Diariamente, durante a crise do coronavírus, um colunista ou um blogueiro da Folha indica sugestões para o período de quarentena, como livros, filmes, séries, entre outras opções.
Confira as sugestões do romancista Bernardo Carvalho, colunista da Ilustríssima.
Acompanhe todas as dicas dos colunistas aqui.
Para ver
Solaris
Longa-metragem, 1971. 2h 47min
Tentando convencer minha mãe de 94 anos a ficar em casa durante a quarentena, sugeri que se imaginasse numa nave espacial. Não dá para sair, simplesmente porque também não tem para onde ir.
Ela achou graça. Minha mãe, que mora sozinha no Rio e não aguenta ficar em casa, foi uma leitora voraz de histórias de ficção científica na juventude.
Bastou eu desligar o telefone para me vir à cabeça a obra-prima de Andrei Tarkovski, "Solaris". No filme, os personagens confinados numa estação espacial na órbita de um planeta distante começam a ter alucinações. É apenas o planeta tentando se comunicar com eles por meio da materialização das memórias e dos desejos dos próprios personagens.
Para ler
Praça dos Heróis
Ed. Temporal, 2020. R$ 60 (192 págs.)
A última peça escrita pelo austríaco Thomas Bernhard (e só agora editada no Brasil) causou escândalo na estreia em Viena, em novembro de 1988, meses antes da morte do autor. Bernhard não faz a menor cerimônia em declarar, por meio de seus personagens, que nazismo e antissemitismo não são coisas do passado em seu país.
A peça gira em torno do suicídio de um professor universitário. Sua viúva continua ouvindo a gritaria da multidão na Praça dos Heróis, como um eco cinquenta anos depois de os austríacos aclamarem ali, no centro da capital, a anexação da Áustria pela Alemanha nazista, em 1938.
Um dos personagens nos diz respeito especialmente. É o irmão do professor, definido assim pela sobrinha: “Você sabe muito bem/ qual é a situação (...) Você diz que não ouve e não vê nada/ é porque não quer ouvir ou ver.”
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