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Descrição de chapéu Coronavírus

Governo ignora recorde de mil mortes por Covid-19 em propaganda oficial e é criticado nas redes sociais

Postagem da Secretaria de Comunicação destacou 'placar da vida', com número de recuperados da doença

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Brasília

No dia em que o Brasil registrou 1.179 novas mortes em 24 horas por Covid-19, o governo federal ignorou a escalada de óbitos em propaganda oficial ao destacar o que chama de "placar da vida". A resposta veio em críticas de internautas nas redes sociais.

Nesta terça-feira (19), o Brasil rompeu a marca simbólica de mais de mil mortes diárias em decorrência do novo coronavírus. Ao todo, são 17.971 óbitos e 271.628 casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde.

"Com mais de 106,7 mil brasileiros curados da Covid-19, o Brasil avança no combate ao #coronavírus. Até 19h desta terça-feira (19), foram registrados também 146.863 casos em tratamento. A batalha do Governo Federal para salvar vidas continua", diz o texto na conta da Secom (Secretaria de Comunicação) no Twitter.

Na publicação, compartilhada também pelo Ministério da Saúde, há ainda uma imagem onde se lê "Placar da Vida" e a hashtag #NinguémFicaPraTrás.

"Vergonha. 1.179 famílias estão chorando só hoje. Vocês são responsáveis por esse genocídio​", escreveu, em caixa alta, um internauta.

"Goebbels aplaude vocês da comunicação desse governo", publicou outro, fazendo referência a Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha nazista.

"Lixos", reagiu mais um. "Único governo que faz um placar chamando de placar da vida ignorando as vidas que ficaram para trás.. É ridículo de verdade!...​", escreveu uma internauta.

Na quarta-feira (18), a Secom já havia ignorado o número de mortes no país por causa do coronavírus em duas publicações. Na mesma linha de alguns ministros do Palácio do Planalto, a comunicação do governo também criticou os que "focalizam a morte".

"Hoje o Brasil comemora 100 mil vidas salvas em meio à crise mundial. Mais precisamente, 100.459 pessoas curadas em todo o país. Enquanto muitos focalizam a morte, o Governo do Brasil trabalha pela vida e celebra a vida", diz o texto da Secom, também alvo de críticas.

"É um absurdo. Não há o mínimo de empatia e respeito. O mínimo. Que vergonha", escreveu um internauta.

"Isso aqui não dá processo, não?! Cara, eles tão debochando, não é possível", disse outro.

Nesta terça, Bolsonaro não falou com os jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada. Em uma entrevista na internet, não fez qualquer comentário sobre o recorde de mortes, mas fez piada sobre a politização acerca do uso da hidroxicloroquina —medicamento sem comprovada eficácia contra a doença.

"Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína", ironizou, referindo-se a uma marca de refrigerante.

Bolsonaro afirmou que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, assinará na manhã desta quarta-feira (20) novo protocolo que permitirá o uso da cloroquina em pacientes em estágio inicial de contágio do coronavírus.​

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