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Descrição de chapéu Coronavírus

Autoridade de saúde da França recomenda adiar segunda dose de vacina

Objetivo é imunizar o maior número de pessoas mais rapídamente; comunicado vê preocupação em variantes mais contagiosas

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Bruxelas

A Alta Autoridade de Saúde da França (HAS) recomendou neste sábado (23) que a segunda dose da vacina contra Covd-19 seja adiada no país, para aumentar mais rapidamente o número de pessoas imunizadas.

Embora seja a terceira maior economia da Europa, atrás da Alemanha e do Reino Unido, a França não tem conseguido imprimir rapidez ao ritmo de vacinação. Até este sábado, o país havia injetado doses correspondentes a 1,4% de sua população, contra 8,6% no Reino Unido e 1,8% na Alemanha.

Estender o intervalo entre as duas doses permitiria imunizar mais 700 mil pessoas por mês, segundo estimativa feita pela HAS e pelo Instituto Pasteur. Na média, os franceses seriam vacinados dez dias antes com essa nova estratégia.

Homem com mais de 75 anos recebe dose de vacina da Pfizer no centro de vacinação de Guingamp, na França - Benoit Tessier/Reuters

O atraso da segunda dose para acelerar a vacinação foi adotado primeiro pelo Reino Unido, segundo pela Dinamarca e avalizado depois pelo grupo consultivo da OMS. No Brasil a ideia também passou a ser discutida. Alguns especialistas contudo advertem para o risco de estimular mutações resistentes.

O HAS porém citou as mutações já conhecidas para justificar sua decisão. O comunicado afirma que a situação da epidemia é preocupante e a circulação do vírus "continua em nível elevado", agravado pela deteção no país de variantes mais contagiosas identificadas pela primeira vez no Reino Unido e na África do Sul no ano passado.

Nesta sexta (22), o governo britânico advertiu para o risco de que a versão encontrada em seu país seja mais letal, além de mais contagiosa.

A França está aplicando duas vacinas, a da Pfizer/BioNTech e a da Moderna, normalmente administradas com intervalo entre as doses de 21 e 28 dias, respectivamente. Quando começou, em 27 de dezembro, tinha como alvo residentes de asilos e outras instituições e seus cuidadores que fossem idosos ou doentes.

Posteriormente, foi autorizada a todos os profissionais de saúde com mais de 50 anos e mais risco de ter Covid-19 grave, e, nesta semana, a fila foi aberta para maiores de 75 anos.

"Essa expansão das populações-alvo, aliada à preocupante chegada de novas variantes e à limitação do número de doses disponíveis, pleiteia uma aceleração da vacinação, em particular dos de mais risco", afirma o comunicado.

No começo do ano, a agência regulatória francesa (ANSM) já havia avalizado que a segunda dose da vacina da Pfizer fosse adiada para até 42 dias, "face às circunstâncias específicas do momento, de forma a alargar a cobertura vacinal das pessoas prioritárias”.

De acordo com a HAS, os dados clínicos de testes de vacinas que usam a tecnologia de mRNA, como as da Pfizer e da Moderna, "mostram uma resposta imunológica satisfatória" a partir do 12º dia após a primeira dose, para a Pfizer, e do 14º dia após a primeira dose para a Moderna.

"A experiência adquirida em vacinologia mostra que o espaçamento das doses dentro de um esquema de vacinação pode retardar a obtenção de proteção duradoura, mas também permite obter um nível mais elevado de resposta imune após a próxima dose", o que traria mais resultados a longo prazo, argumenta o órgão.

O prazo máximo de 42 dias foi determinado porque essa foi a janela máxima entre as duas doses no protocolo do estudo da vacina da Pfizer.

"As doses de vacinas de mRNA disponíveis devem ser reservadas como prioridade para a vacinação de pessoas com 75 anos ou mais e, a seguir, de pessoas com 65 a 74 anos, começando com aquelas com comorbidades (nas quais o risco de morte relacionado ao COVID 19 é maior)", ressalta o órgão.

Os franceses são a população menos propensa a se vacinar entre 9 grandes países europeus, de acordo com pesquisa recente do instituto YouGov, embora a porcentagem dos que pretendem se vacinar tenha crescido no último mês.

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