O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (26) a expansão do número de leitos destinados a pacientes com Covid-19 na rede pública estadual. Segundo Doria, serão mais 700 vagas — 266 em UTI e 434 na enfermaria.

O governador afirmou que as vagas estão disponíveis até o próximo dia 6 de fevereiro. "Por causa do agravamento menor da doença, então os leitos primários são os principais neste momento", disse.

Segundo o governo estadual, em relação à UTI especificamente, a ampliação do número de leitos é de 10% a 15%.

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que, ​na Grande SP, serão 234 leitos de enfermaria, mais 91 vagas de UTI. Para as demais regiões, serão 200 leitos de enfermaria, outros 165 em UTI e também a possibilidade de realizar, com os municípios, o cofinanciamento de novos espaços.

​Com a expansão da variante ômicron e alta transmissibilidade, a taxa de ocupação dos leitos de UTI cresceu e chegou a 68,7% no estado de São Paulo nesta quarta-feira. Na semana anterior, entre 17 e 18 de janeiro, era de 54%, segundo a Fundação Seade. Na capital, a taxa atual é de 72% e na Grande São Paulo é de 73%.

Segundo Gorinchteyn, o estado de São Paulo tem hoje 3.633 na UTI e 7.324 nas enfermarias —seis das 14 regiões têm mais de 80% de ocupação de leitos de terapia intensiva. "São quase 11 mil pessoas internadas nos hospitais. No pico da segunda onda, tivemos 13.150 pessoas somente na UTI", afirmou.

Gorinchteyn disse também que, nas últimas três semanas, houve 152% de aumento no número de internações. Segundo o governo estadual, quase a totalidade das contaminações se dá por meio da variante ômicron.

Em uma semana, a ocupação de leitos de UTI cresceu em 18 estados e no Distrito Federal. Oito unidades da federação estão com 80% ou mais dos leitos públicos em uso por pacientes com coronavírus. Em Rondônia, por exemplo, a taxa é de 91%.

Também no início da semana, o Ministério da Saúde prorrogou por mais 30 dias o custeio de leitos de UTI adulto e pediátrico para a Covid-19, após pedidos dos conselhos de secretários de saúde de estados (Conass) e de municípios (Conasems), além do Fórum Nacional de Governadores.

O ministério anunciou o financiamento e a manutenção de 14.254 leitos espalhados em todo o país.

Durante o anúncio da ampliação do número de leitos em São Paulo, o governo estadual criticou, nesta quarta, a atuação do governo federal. Segundo a gestão Doria, o fato de o Ministério da Saúde pagar apenas por leitos ocupados desestimularia a manutenção de vagas em aberto para atender a demanda crescente.

Vacinação

O governo estadual anunciou também que já foram vacinadas 515.255 crianças de 5 a 11 anos em São Paulo, que correspondem a mais de 12% da faixa etária. Segundo o governo, de cada quatro crianças que receberam a vacina nesse grupo no Brasil, três estão no estado de São Paulo.

"O momento é difícil, mas a vacinação e o uso de máscara é importante. É a forma que temos para proteger as crianças agora", afirmou a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula.

Segundo o governo, são 5.200 pontos, mais 364 escolas estaduais aptas a vacinar as crianças.

A vacinação ocorre em meio à expansão da variante ômicron. Estudo do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas mostra que 43% dos contaminados na faixa etária dos 8 aos 18 anos sofrem os efeitos prolongados da Covid nas 12 semanas seguintes à infecção.