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Governo cria grupo e alerta estados sobre varíola dos macacos

Brasil ainda não tem casos suspeitos; brasileiro está em isolamento na Alemanha

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Brasília

O governo federal montou um grupo de especialistas e emitiu um alerta aos estados diante dos novos casos de varíola dos macacos no mundo. O Brasil, até o momento, não registra casos suspeitos da doença.

Nesta sexta-feira (20), a Alemanha disse que o primeiro caso confirmado no país é o de um brasileiro de 26 anos, que esteve em Portugal e na Espanha. O homem está em isolamento na cidade de Munique.

O Ministério da Saúde afirmou em nota que acompanha o caso e já solicitou informações adicionais à OMS (Organização Mundial da Saúde) e ao Ministério da Saúde da Alemanha. O Itamaraty também foi procurado pela Folha, mas não respondeu.

Uma "comunicação de risco" emitida nesta quinta-feira (19) pelo Ministério da Saúde traz orientações para os profissionais de saúde sobre o diagnóstico e a notificação da doença. Entre outros pontos, o documento alerta para o risco de contágio entre pessoas com mais de um parceiro sexual.

Sintomas da varíola dos macacos incluem erupção cutânea, febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão - Getty Images

"Os serviços de saúde devem tomar medidas para aumentar a conscientização sobre a potencial disseminação da varíola em comunidades de indivíduos que fazem sexo casual ou que têm múltiplos parceiros sexuais", diz o comunicado.

Casos suspeitos, segundo a pasta, devem ser isolados, testados e notificados imediatamente. Os profissionais de saúde também devem iniciar o rastreamento de contatos "assim que tiver a suspeita de um caso".

A divulgação de comunicações de risco pela chamada rede Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) é de praxe quando há a necessidade de alerta e de resposta em todo o país.

O Ministério da Ciência e Tecnologia instituiu uma câmara técnica temporária com sete especialistas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e da Universidade Feevale.

O grupo, segundo a pasta, atuará de forma consultiva, aos moldes do comitê de especialistas criado em fevereiro de 2020 para acompanhar o avanço do coronavírus.

Um dos integrantes é o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio Fonseca, professor da UFMG.

"No caso do brasileiro, está muito claro que ele adquiriu a doença fora do Brasil. O fato de ele ser brasileiro não altera nossa percepção. Claro que ele vai ter que ser acompanhado, se voltar ao Brasil", afirma Fonseca.

"O número de casos é muito grande para uma doença considerada extremamente rara. Isso nunca havia acontecido. O que está acontecendo agora é absolutamente fora dos padrões imagináveis. É um surto explosivo, rápido e multicêntrico. Estamos bastante preocupados", continua.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, existem cerca de 80 casos confirmados e 50 em investigação em 11 países.

"A gente ainda está tentando entender a dinâmica de transmissão [da varíola dos macacos]. Como está se disseminando tão rapidamente? Isso já estava acontecendo silenciosamente e, de repente, passou a ser percebido agora? É um vírus da família da varíola. Potencial para se disseminar ele tem", afirma o virologista.

Os pesquisadores produziram dois relatórios técnicos sobre a doença, com informações sobre as principais formas de contágio e os casos registrados em outros países.

O informe explica que a transmissão do monkeypox vírus ocorre após contato com animais infectados. Entre seres humanos, o vírus pode ser transmitido após contato direto com lesões ou secreções corporais, como urina e saliva.

"Atualmente, não há tratamento específico recomendado para a varíola dos macacos. A vacinação prévia contra a varíola na infância pode resultar em um curso mais leve da doença. No entanto, atualmente no Brasil e em outros lugares do mundo, as vacinas originais contra a varíola não estão mais disponíveis para o público em geral", afirma o documento.

​Em nota, o Ministério da Saúde disse que "enviou aos estados as informações disponíveis sobre a doença até o momento, buscando orientar os profissionais de saúde".

"A varíola dos macacos é uma doença viral endêmica no continente Africano e que, até o momento, não há notificação de óbitos entre os casos detectados em países não endêmicos", afirma a pasta.

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