OMS diz que indústria tabagista pretende viciar nova geração em cigarros eletrônicos
Segundo a entidade, as empresas visam ativamente os jovens por meio das redes sociais e produtos aromatizados
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse, nesta quinta (23), que as empresas de tabaco de estão procurando viciar uma nova geração em nicotina. Segundo a organização, as empresas ainda visam ativamente os jovens por meio das redes sociais, esportes e festivais de música e novos produtos aromatizados.
Em meio a regulamentações cada vez mais rígidas direcionadas aos cigarros, grandes empresas de tabaco e novas companhias começaram a oferecer alternativas ao fumo como os vapes, que afirmam ser destinados a fumantes adultos.
Segundo a OMS, esses produtos muitas vezes são comercializados para jovens, com embalagens chamativas e sabores que atraem as crianças, e que os jovens são mais propensos a usar os produtos do que adultos em muitos países.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, rejeitou a alegação da indústria de que está trabalhando para reduzir os danos do fumo. "É desonesto falar sobre redução de danos quando estão comercializando para crianças", disse.
A postura cada vez mais rígida da OMS em relação a produtos de nicotina vem de um aumento elevado no no uso de cigarros eletrônicos por jovens em vários países.
A entidade apontou sabores como chiclete como um dos motivos para esse aumento. A indústria diz que os sabores são uma ferramenta importante para incentivar os adultos a pararem de fumar.
Grandes empresas de tabaco têm evitado esses sabores, mas empresas como a Philip Morris e a British American Tobacco (BAT) visam os jovens por meio do patrocínio de festivais de música e esportes e do uso de redes sociais, disse a OMS.
Isso fornece plataformas para promover suas marcas para públicos mais jovens e distribuir amostras grátis, continuou.
Philips Morris e BAT não quiseram comentar o pedido da reportagem.
A OMS também disse que há evidências insuficientes de que os vaporizadores ajudam as pessoas a pararem de fumar, há evidências crescentes de que prejudicam a saúde e que o uso de vapes aumenta o uso de cigarros tradicionais, especialmente entre os jovens.
No entanto, Sarah Jackson, principal pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Tabaco e Álcool da University College London, disse que essas declarações "não refletem com precisão as evidências atuais
sobre os cigarros eletrônicos".
As evidências mostram que o uso de cigarros eletrônicos aumenta as taxas de abandono e que o uso de vapes representa apenas uma fração dos riscos do tabaco para a saúde, disse ela, acrescentando que também há poucas evidências de uma relação causal entre o uso de vapes e, posteriormente, de cigarros tradicionais.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters